Terça, 22 de agosto de 2017
André Richter - Repórter da Agência Brasil
A PGR
acusa o parlamentar de receber R$ 29 milhões em propina pela suposta
influência política na BR Distribuidora, empresa subsidiária da
Petrobras. Segundo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, além
de Collor, estão envolvidos no suposto esquema a mulher do senador,
Caroline Collor, e mais seis acusados que atuavam como “operadores
particulares” e “testas de ferro” no recebimento dos valores.
Os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello seguiram o voto do relator,
Edson Fachin. Sem entrar no mérito das acusações, que serão analisadas
ao fim do processo, Fachin entendeu que a denúncia contém os indícios
legais que autorizam a abertura de ação penal contra o senador.
A
denúncia afirma que o senador comprou carros de luxo com o dinheiro da
suposta propina. Entre os veículos estão um Lamborghini, avaliado em R$
3,2 milhões, uma Ferrari (R$ 1,4 milhão), um Bentley e duas Land Rover.
Em julho de 2015, os carros de luxo foram apreendidos na residência
particular do senador em Brasília, conhecida como Casa da Dinda.
Outro lado
Na
semana passada, durante a primeira parte do julgamento, os advogados de
Collor defenderam a rejeição da denúncia. O defensor de Collor
sustentou durante o julgamento que não há provas de que o parlamentar
teria recebido dinheiro desviado. Para o advogado Juarez Tavares, não há
ato de ofício que possa comprovar contrapartida por parte do senador
para receber a suposta propina.
"Não há prova efetiva de que o
senador Collor de Mello tivesse recebido dinheiro destas entidades às
quais estaria vinculado, ou seja, a BR Distribuidora, os postos de
gasolina ou as empresas privadas às quais fazia contrato. Não há uma
prova de que o ingresso nas contas do senador advém dessas empresas ou
de atos vinculados à realização desses contratos”, disse o advogado.