Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Eduardo Cunha Revoltado; A viagem de Temer à China em 2 aviões; Shigeaki Ueki, o primeiro a enriquecer com a Petrobras

Quarta, 30 de agosto de 2017
'Só os tolos, desinteressados, imprudentes ou coniventes, acreditavam que nesses 21 anos [de ditadura] não se roubava.'
 
Do Blog Oficial do Jornal da Tribuna da Imprensa
 

Helio Fernandes
O ex-presidente da Câmara criticou duramente o Ministro Fachin. Não sei a forma ou o intermediário que usou. Mas conheço o motivo. Ele considera que o ministro retarda deliberadamente, decidir pela sua libertação.

Esclarecendo. Há 4 meses, Cunha entrou com 2 recursos: no STJ e no STF. Os dois, absurdos. No STJ pede a ANULAÇÃO da sua cassação, determinada pelo plenário da Câmara. Não é um recurso normal. Depois de cassado, condenado e preso, quer voltar à Câmara. 

Como o STJ tem prioridade, Fachin, espera a decisão. Mas como o recurso para ele, também não tem a menor base, Cunha está mais perto da segunda condenação do que da liberdade.

A SEGUNDA VIAGEM À CHINA

Ontem à noite, Temer declarou: "Espero que a China se interesse pelas CONCESSÕES". Falou novamente, não usou nenhuma vez a palavra PRIVATIZAÇÃO. Viajou ontem em 2 aviões, não porque não coubessem todos no avião presidencial.

É que Dona Marcela vetou a politicalha, quer viajar só com o marido. O contribuinte paga tudo, sem protesto. A China tem uma história de milhares de anos, mas ficou  sepultada no tempo.

Antes da "Caminhada de Mao-Tse Tung, em 1949", se apelava para a rotina feliz: "Foi um negócio da China". Hoje, potência comunista (como a União Soviética não soube ser) é o sonho e a esperança do mundo capitalista. Por isso, Temer está chegando lá.

Leva documentação sobre as 57 doações, que ele insiste em não tratar de privatizações. Tudo isso não vale nada. Pois se a China se interessar por algumas dessas doações, terá que ser nas suas condições, nenhuma concessão.

O INTERESSE DA CHINA

Com o poder do veto, e restrições que certamente fará, não é negociação de potência para potência, a China ficará com muita coisa. Mas muita mesmo. Aeroportos, portos, Casa da moeda (só para tripudiar), a importante e lucrativa Infraero. Mas o que não abandonará de jeito algum: a AMAZÔNIA e a ELETROBRAS, nas suas imposições.

A Amazônia é um negócio sensacional, e entrega ou venda, é crime de lesa-pátria. Com o adendo sempre usado pelos EUA: "A NOSSA AMAZÔNIA". E não apenas os EUA, diversos outros países também. Feita a aquisição orgulhosa, a China proclamara: "A NOSSA Amazônia".

Mas ontem, conversou duas vezes com Maia. Está preocupado: se houver votação, não será com Maia na presidência.

A PREOCUPAÇÃO COM OS PROBLEMAS QUE DEIXOU NO BRASIL

Não era a melhor hora para viajar. Tudo está desabando, das mais variadas procedências e as mais conflitantes consequências. Passou o fim de semana em intermináveis conversas com Rodrigo Maia. (Sempre ancorado pelo monótono do Meirelles). Não ficou surpreendido, mas foi obrigado a constatar: Maia só falava na mudança para o Planalto. Pelo visto, durante toda a semana não irá à Câmara, convencido que é mesmo presidente da República.

Temer reconhece e lamenta, que ele mesmo complicou as coisas. Sem Rodrigo Maia, a Câmara é comandada pelo primeiro vice. Acontece que ele pediu a Temer: queria viajar para a China. Como é do centrão e elegeu bem para o cargo na Mesa, Temer não teve coragem para dizer não.

Assim, a Câmara está presidida por um deputado de 28 anos, que só é renovação na carteira  de identidade. A realidade é um retrocesso, mais do que visível. Nem nome tem, todos o chamam pelo apelido, F U F U C A. O que significa? Apelidos sempre têm uma origem.

NA DITADURA, SHIGEAKI UEKI, O PRIMEIRO A ENRIQUECER COM A PETROBRAS

Só os tolos, desinteressados, imprudentes ou coniventes, acreditavam que nesses 21 anos não se roubava. A Transamazônica, a espantosa Ponte Rio-Niterói, cada decreto que saía do ministério da Fazenda ou dos Transportes, aumentava de forma colossal a fortuna de pessoas ou de empresas. 

Ninguém roubou mais do que o japonezinho da Petrobras. Sozinho, fez fortuna monumental, investiu tudo em petróleo. Roubava aqui, mais um poço lá, uma outra refinaria.  Vieram as denúncias, incluindo deste repórter. O "presidente" Geisel, arrogante, poderoso, sabendo que nada lhe aconteceria, fez uma gozação. Demitiu-o da Petrobras, nomeou-o Ministro de Minas e Energia, mais importante.


Há 25 anos não vem ao Brasil. É mais rico que os Bush pai e filho, ex-presidentes dos EUA. Com a tecnologia, a Globo News gosta de entrevistar ao vivo, quem mora no local. Esqueceram do japonezinho e do furacão do Texas?