Sexta, 4 de agosto de 2017
Daniel Isaia - Correspondente da Agência Brasil
O juiz federal Sérgio Moro determinou hoje (4) a
transferência do ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras,
Aldemir Bendine, para o Complexo Médico Penal de Pinhais, na região
metropolitana de Curitiba. Bendine está detido na carceragem da Polícia
Federal (PF), na capital paranaense, desde que foi preso no último dia 27, durante a 42ª fase da Operação Lava Jato.
A
transferência do réu para o presídio havia sido solicitada pela PF no
começo da manhã desta sexta-feira sob o argumento da "necessidade de
manter a separação de presos", uma vez que alguns dos detidos sob
custódia do órgão celebraram acordos de colaboração premiada.
Em
despacho publicado no final da manhã, Moro concordou com o
posicionamento da PF. "A carceragem da Polícia Federal é prisão de
passagem e a permanência nela depende de condições excepcionais, como é o
caso da necessidade de proteção a condenados que celebraram acordo de
colaboração premiada, como Marcelo Bahia Odebrecht", diz o texto.
Segundo o juiz, as instalações do Complexo Médico Penal são
adequadas, ainda que não perfeitas: "Não houve, por outro lado, em três
anos da assim denominada Operação Lava Jato, notícia de qualquer
incidente contra a integridade física dos presos ali mantidos".
Reconsideração
No
começo da tarde, a defesa de Aldemir Bendine enviou a Sérgio Moro um
pedido de reconsideração da decisão de transferência. Segundo o
documento, o réu possui uma filha com desordens psiquiátricas que
necessita visitar o pai semanalmente para que não haja piora do quadro
clínico.
"Ocorre que, conforme é cediço, as visitas no Complexo
Médico Penal pressupõem uma rigorosa revista íntima, que, em virtude do
caráter de exposição a ela inerente, poderá servir de agravante à já
delicada situação da saúde mental da garota", diz a petição.
Os advogados de Bendine finalizam o documento pedindo que Moro reconsidere a decisão "por razões humanitárias".