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(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Supremo homologa delação de Silval Barbosa, que Fux considera 'monstruosa'

Quinta, 10 de agosto de 2017
Supremo homologa delação de Silval Barbosa, que Fux considera 'monstruosa'
Silval foi grampeado se queixando a Gilmar Mendes
 
Tribuna da Internet/Blog do Sombra
Foto: Lislaine dos Anjos/G1/Camila Bomfim TV Globo, Brasília
 
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux homologou a delação premiada do ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa (PMDB). O acordo foi fechado entre Silval e a Procuradoria-Geral da República (PGR). Nos depoimentos, o peemedebista revelou fraudes envolvendo autoridades com foro privilegiado – políticos de Mato Grosso e também da esfera nacional. O conteúdo da delação é mantido em sigilo. Na semana passada, o ministro Luiz Fux disse que Silval Barbosa entregou muito material e a delação é extensa.

Investigadores confirmaram à TV Globo que o ex-governador entregou vídeos como prova das acusações que fez. E que o acordo assinado não prevê que ele deixe de ser denunciado pelos crimes que delatou.
 
CHEFE DA QUADRILHA – Silval foi preso em setembro de 2015 e é apontado pelo Ministério Público de Mato Grosso como chefe de uma organização criminosa que cobrava propina de empresas privadas em troca de incentivos fiscais durante a gestão dele.
 
Em junho, a juíza Selma Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, concedeu a prisão domiciliar para o ex-governador e determinou o uso de tornozeleira eletrônica.
 
Silval teve a prisão domiciliar decretada mediante entrega de R$ 46 milhões em bens. A informação foi confirmada pelo advogado Délio Fortes Lins, que assumiu a defesa de Silval em março deste ano. Segundo o advogado, a conversão da prisão de Silval foi dada após ele prestar depoimentos e confessar os crimes que cometeu.
 
OPERAÇÃO SODOMA – O ex-governador foi preso durante a Operação Sodoma, que investigou a existência de uma suposta organização criminosa que cobrava propina de empresários para manter contratos vigentes com o estado, durante a gestão dele.
 
De acordo com o Ministério Público Estadual, as fraudes ocorreram entre 2011 e 2014, quando Silval era governador. Empresários seriam ameaçados a pagar propina sob ameaça de que poderia perder incentivos por meio do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic).
 
Em abril deste ano, Silval afirmou, em carta aberta, que iria confessar os crimes que cometeu. Na ocasião, ele afirmou que tomou a decisão de mudar de postura nos processos em que figura como réu após refletir e se orientar com a família dele.
 
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Ao grampearam o telefone de Silval, os federais gravaram um telefonema de Gilmar Mendes para ele, e na conversa o ministro do Supremo se oferece para interceder junto ao relator Dias Toffoli, que à época conduzia o inquérito envolvendo o ex-governador de Mato Grosso. Será que Silval depôs acerca desse insólito episódio na delação que o ministro Fux considera “monstruosa”? (C.N.)