Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Cordel "Direito adquirido e direito suprimido"

Terça, 5 de setembro de 2017
Recebido hoje das bandas da Cidade da Bahia. Bem próprio não só para as maldades que o governo Temer está fazendo com os servidores, mas também sobre a votação, na CLDF, dessa sacanagem proposta pelo "socialista" (não dá pra colocar sem aspas) contra os servidores públicos do Distrito Federal.

CORDEL

Direito adquirido
e direito suprimido


João Augusto

01
Amigos, o cordelista,
Que é um sujeito democrata,
Persiste em nossa cultura,
Por se parecer com a prata,
Que só brilha se é polida
Pelo Kaol que a trata.
 

02
Portanto, é a você que lê
E divulga nosso verso
Que cabe julgar se enrolo,
Se explico, ou  só converso,
Para separar o trigo
Do joio mais controverso.


03
O mundo sempre viveu
Envolvido em densas lutas;
E o que está por trás?
- É uma intensa disputa
De quem quer sempre mandar,
Contra aquele que executa.


04
Os gregos de antigamente
Criaram a democracia,
Que mesmo excluindo os pobres,
Buscava alguma  harmonia,
À base de certas regras,
Que a cidade obedecia.
 

05
Surge daí o direito,
Para zelar pelas leis
E também interpretá-las,
Em cada caso, ou vez,
Que isso for demandado,
Pelo sujeito ou sua grei.
 

06
E assim sempre caminha
A nossa humanidade,
Formada pelas nações
Que buscam estabilidade,
Pra poder  dar garantias
Aos cidadãos, de verdade.
 

07
Disso daí fica claro
Que o direito adquirido
É instrumento importante
Pra que seja defendido,
Se se quer  democracia,
Sem um governo bandido.
 

08
Nossa Constituição
De modo certo e preciso
Lá em seu artigo 5º
( XXXVI  é o inciso),
Trata bem essa questão,
E com isso eu simpatizo.
 

09
Nunca pode, qualquer lei,
Prejudicar o direito
Ganho pelo cidadão
Na vida, de algum jeito,
Nem ninguém pode mudar
Ato jurídico perfeito.
 

10
Mas o governo hoje tem
No Congresso a maioria
Comprada imoralmente
Pra fazer patifaria,
Assim, da Constiuição,
Tais direitos tiraria.
 

11
Quem manda em nosso país
É o sistema financeiro,
Que só subtrai direitos,
Pra que o seu fique inteiro:
“Que a Justiça se dane,
Poder mesmo é o do dinheiro”.
 

12
Portanto, se nós quisermos
Que a nós seja atribuído
O direito que a lei
Nos diz que é garantido,
É preciso lutar muito
Pra nada ser suprimido.
 

13
Seja o jovem, bem disposto,
Ou o idoso, experiente,
Se quisermos que o governo
Respeite a nossa gente,
Não convém ficar parado,
Triste ou indiferente.
 

14
O governo que hoje está
Acabando com o Brasil,
Ataca nossos direitos,
E entrega a preço vil
Todas as nossas riquezas,
Como assim, nunca se viu.
 

15
Embora a imprensa vendida
Esconda tudo de nós,
É preciso estar cientes
De que não estamos sós,
E que quando muitos gritam,
Será ouvida nossa voz!
 

16
E mesmo que derrotados,
É só temporariamente,
Pois podemos revogar
Toda a injustiça presente,
Colocando no poder
Quem respeite nossa gente.
 

17
Quem deu duro, toda a vida,
Para sustentar os seus,
Tem de ter a consciência
De que o trabalho venceu,
Contra o parasitismo
Que seu dinheiro colheu.
 

18
Assim, todos merecemos
Ter aposentadoria,
Que seja suficiente
Pra nos dar alegria,
Com o direito adquirido
Que a lei nos propicia.
 

19
A Previdência não está
De modo nenhum falida,
A descaração é, mesmo,
Dessa imprensa vendida,
Que faz tudo pra enganar
O povo, por toda a vida.
 

20
O governo nunca cobra
Dos maiores devedores,
E assim Previdência
Tende a sofrer as dores,
E o desemprego só aumenta
O número dos sofredores.
 

21
Por aqui vou terminando
Esse cordel militante,
De um poeta, na luta,
Com postura confiante,
Em que a nossa união
Levará a vida adiante.

Salvador, 03 de setembro de 2017