Sexta, 8 de setembro de 2017
Sayonara Moreno – Correspondente da Agência Brasil
O ex-ministro Geddel Vieira Lima voltou a ser preso, na manhã
desta sexta-feira (8), em Salvador, três dias após a Polícia Federal encontrar mais de R$ 51 milhões,
atribuídos a ele, em um apartamento. Duas viaturas da PF estiveram no
condomínio residencial onde Geddel cumpria prisão domiciliar, no Bairro
da Barra, região nobre da capital baiana. A prisão ocorreu pouco antes
das 7h.
O ex-ministro Geddel Vieira Lima foi encaminhado para o
Aeroporto de Salvador, de onde viaja a Brasília e ficará à disposição da
Justiça.
O Ministério Público Federal (MPF) faz parte da
força-tarefa denominada Greenfield, que cumpre dois mandados de prisão
preventiva e três de busca e apreensão. Todos ocorrem em Salvador e
fazem parte de mais uma fase da Operação Cui Bono, que investiga desvios
de recursos em vice-presidências na Caixa Econômica Federal. O MPF não
detalhou os nomes e endereços dos mandados.
O pedido de prisão de
Geddel argumenta a necessidade de medidas para evitar “a destruição de
elementos de provas imprescindíveis à elucidação dos fatos”. Após a
solicitação, o juiz federal Wallisney Oliveira, da 10ª Vara Federal em
Brasília, autorizou o cumprimento dos mandados, para recolher provas de
crimes como corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização
criminosa.
Na última terça-feira (5), a Polícia Federal apreendeu
malas e caixas de dinheiro, em um apartamento na Graça, em Salvador. O
proprietário, Sílvio Silveira, confirmou em depoimento, que emprestou o imóvel a Geddel,
que teria pedido para guardar pertences do pai, que morreu no ano
passado. Até a manhã de hoje, Geddel cumpria prisão domiciliar.
Operação Cui Bono
A
primeira fase da Operação Cui Bono foi deflagrada pela PF em 13 de
janeiro deste ano e investigou esquema de fraude na liberação de
créditos da Caixa Econômica Federal no período entre 2011 e 2013. De
acordo com a investigação, entre março de 2011 e dezembro de 2013, a
vice-presidência de Pessoa Jurídica da instituição era ocupada por
Geddel Vieira Lima.
A investigação da Operação Cui Bono –
expressão latina que em português significa “a quem beneficia?” – é um
desdobramento da Operação Catilinárias, deflagrada em dezembro de 2015,
no âmbito da Operação Lava Jato, quando policiais federais encontraram
um telefone celular na residência do então presidente da Câmara dos
Deputados, o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que revelou
intensa troca de mensagens eletrônicas entre Cunha e Geddel. A operação
tinha a finalidade de evitar que provas importantes fossem destruídas
por investigados da Lava Jato.