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(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

O Papa Francisco é incisivo: "Todos têm uma responsabilidade moral"de proteger o meio ambiente

Quarta, 13 de setembro de 2017
Do Blog Náufrago da Utopia
Por Celso Lungaretti
"O Homem é estúpido" foi uma afirmação genérica. Estaria o papa pensando particularmente em alguém?
Foram firmes, fortes e contundentes as declarações do papa Francisco, anteontem (11/09), sobre as alterações climáticas.

E incompreensivelmente sucintas as notícias publicadas na grande imprensa, como se carecesse de maior importância... a sobrevivência ou extermínio da humanidade!

Garimpando no Google, acabei encontrando, no site português Rádio Comercial, esta que abaixo reproduzo: 

"O papa Francisco disse, a propósito da destruição do meio ambiente e da falta de consciência para esse problema, que 'o Homem é estúpido'.

O papa falava em conferência de imprensa durante a sua viagem de regresso da Colômbia.
Francisco usou uma frase do antigo testamento: 'O Homem é um tolo, ele é um Homem teimoso que não vê, o único animal que tropeça duas vezes na mesma pedra', para criticar o fato de não serem tomadas medidas rápidas para proteger o ambiente das alterações climáticas.
'Aqueles que negam a mudança climática têm que ir aos cientistas e perguntar-lhes. Eles são claros e precisos', disse Francisco, referindo-se às imagens recentes do Ártico.

'Os cientistas dizem claramente o caminho a seguir', disse o papa, acrescentando que 'todos têm uma responsabilidade moral, mais ou menos, moral', acrescentou.

O gelo do Ártico é essencial à sobrevivência de espécies. Contribui também para travar o aquecimento global ao reenviar a radiação solar para o espaço e impedir o calor do oceano de aquecer o ar. Se este espelho gigante de gelo for substituído pelo oceano azul, a radiação solar é absorvida, o que acelera as alterações climáticas. 

Mas, a tendência de recuo da superfície gelada é nítida. O seu mínimo foi em 2012, quando se ficou pelos 3,41 milhões de quilômetros quadrados, que é metade da média do verificado entre 1979 e 2000. 

Em média, a superfície gelada do Ártico tem oscilado entre cinco milhões de quilômetros quadrados no verão e 14 milhões no inverno. 
Acresce que as dez extensões menores da superfície de gelo observadas desde 1979, quando começaram os registros obtidos por satélite, ocorreram todas a partir de 2007. 

Em 2016, a região conheceu os seus doze meses mais quentes desde o início dos registros em 1900, calor que provocou um degelo inédito e atrasou a formação de gelo no outono. 

Se nada for feito para diminuir o aquecimento global, o Ártico pode ficar sem gelo até a metade do século, calcularam cientistas num estudo divulgado em março na revista Nature Climate Change".