Segunda, 16 de outubro de 2017
Por Helio Fernandes*
No
julgamento de Aécio pode acontecer de tudo, como tem ocorrido nos 128 anos da
República. Começou militar, militarista e militarizada, sem povo, sem voto, sem
urna. Durante 41 anos, apenas com um partido, o Republicano, iam
distribuindo o poder entre eles, sem o menor constrangimento.
A
desfaçatez era tão grande, a ambição tão desvairada, que Rui Barbosa, há muito
considerado o "maior brasileiro vivo", foi presidenciável 4
vezes (como candidato independente) teve que desistir duas vezes, e
derrotado(?) outras duas. Assim, chegamos a 1930 de forma nada democrática
ou Republicana.
Até hoje
insistem em chamar esse golpe, de Revolução, com R maiúsculo. Faltando 42 dias
para terminar o mandato, derrubaram o presidente Washington Luiz, o vice Mello
Viana, que foram asilados nos EUA. Aproveitaram o embalo, asilaram também o
Ministro do Exterior, Otavio Mangabeira.
Ficamos
mais 15 anos sem eleição ou Constituição. Perdão, em novembro de 1937,
implantaram a Constituição do "Estado Novo". Uma terrível ditadura,
que o notável Barão de Itararé definiu como o "estado a que
chegamos". Com a Câmara e o Senado fechados, deputados, senadores,
jornalistas presos, só o Supremo ficou aberto para referendar as
arbitrariedades do ditador.
Veio a
ditadura de 64, com os mesmos excessos das outras, em matéria de corrupção
e de violência. Em 1979, os generais torturadores resolveram se salvar,
editaram o que eles mesmos chamaram de "anistia, ampla, geral e
irrestrita", barbaramente referendada pelo Supremo. Ao contrário do que
aconteceu no Chile e na Argentina, os generais brasileiros se despediram da
vida felizardamente, com total impunidade.
E
garantidos pelo Supremo. Pessoalmente, lógico, os ministros não são os mesmos,
mas a covardia e a cumplicidade, a mesma. Amanhã, o senado, respaldado
antecipadamente pela conclusão da sessão do dia 11, julgará ou decidirá o
que fazer com o afastado senador Aécio.
O que fazer com o senador corrupto, que perdeu a presidência do próprio PSDB
Nos
bastidores acontece de tudo, acirrada e desesperadamente. O corrupto e dúbio
Temer, trabalha para salvar Aécio, oferece até ministério. Mas publicamente
afirma: "O Executivo não participa, a decisão é do Legislativo". O
mais inseguro, é o próprio Aécio,que só confia em Renan, Jucá, Lobão, e mais
uns 3 ou 4, carregados de acusações. Renan comanda tudo, entusiasmado, garante:
"Vamos destroçar o Supremo".
E lembra:
"Já desmoralizei essa bobajada (textual), de que decisão do Supremo se
cumpre". Não recebi nem o oficial de justiça, "ele sabia que eu estava
no senado". Agora, trava-se tremenda batalha para decidir se o voto será
ABERTO ou FECHADO. Pela Constituição, tem que ser ABERTO. Mas a dúvida é total.
Os que
lutam pelo voto FECHADO, consideram que assim, têm duas opções. Ou
interpretações. Podem votar CONTRA ou a FAVOR de Aécio, sem qualquer
identificação. No ABERTO, têm que responder a pergunta: "Como vota o
senador?". Sem artifícios.
PS—
Senadores me dizem: "O resultado da votação anterior, 50 a 21 será
mantido.
PS2—
Outros, também com mandato, chamam a atenção sobre a pressão sofrida por esses
50 senadores.
PS3— Haja
o que houver, é bom não perder de vista, a viagem do presidente Eunício. Pode
ser positiva ou negativa.
PS4— De
qualquer maneira, mesmo voltando ao Senado, o futuro de Aécio acabou..
Negociação na Barra, negociata em Rio da Pedras
São
vizinhos, administrativamente dependentes. Há mais ou menos 2 anos,
tiveram a ideia de transformar a Barra num município. Nenhum absurdo, mais
realizada e progressista, do que dois terços dos municípios do Estado do
Rio. Ideia efetiva, mal concretizara. Fizeram uma espécie de referendo
entre moradores, compareceram apenas 4%. Mudaram de ideia.
Roberto
Medina que já é co-sócio por causa da cidade do Rocking, quis ficar com o
resto, não deu certo ou não tinha cacife financeiro. Agora entrou em cena um
grupo poderoso de empresários. Estão movimentando a questão, com entusiasmo,
ainda não sei qual o objetivo.
Rio das Pedras, negociata mesmo
É uma cidade
plana, só casas, raros edifícios de 2 andares. O evangélico Edyr Macedo, (tio
do prefeito Crivela, e que há 12 anos tinha projeto de ser presidente)
"descobriu" a cidade. E está estudando transformar a ideia em
realidade. Lá mesmo já se fala nisso.
Ele
compraria as casas dos moradores, construiria centenas de edifícios de 10 e 12
andares, com a complacência ou cumplicidade do sobrinho, também evangélico.
Daria a Rio das Pedras, o mesmo gabarito da Barra.
Colossal
enriquecimento bilionário, imobilionário. Naturalmente com um belo e suntuoso templo
evangélico.
PS: Minha
fonte chega com uma boa notícia para os abnegados associados da ABI. Um grupo
de jornalistas que desejam transparência na histórica entidade de tantos exemplos
de dignidade e seriedade capitaneados pelo saudoso Barbosa Lima Sobrinho, Maurício
Azedo entre outros, vão entrar na justiça pedindo prestação de contas das
gestões da atual diretoria.
PS2: A dificuldade,
explica um dos associados que trata do assunto, “é obter os documentos, por
conta da omissão criminosa do presidente Domingos Meireles, que a cada
reunião do Conselho Deliberativo, se nega entregar as contas das gestões
alegando que as informações foram apagadas do computador”.
PS3: O
primeiro passo será pedir os documentos em juízo, uma vez deferido o pedido, se
negado, a intervenção legal estará a caminho, podendo o juízo nomear uma diretoria
provisória, afastando os criminosos que dilapidam o patrimônio da instituição. São
informações alarmantes, estou aqui preocupadíssimo,
inquieto e desolado.
PS4: É
muito triste ver essa instituição que se notabilizou na defesa da moral e da
dignidade, esteja neste patamar de imundice. “A via legal é necessária, tamanha
a displicência da diretoria e tesouraria da instituição, que se limita a
esquivar de sua obrigação Estatutária, e não aponta o responsável pela tal
perda de arquivos”, revela a fonte que garante que o assunto será levado na
próxima reunião do Conselho.
*Matéria pode ser republicada com citação do autor
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