Sábado, 7 de outubro de 2017
Com o atual cenário, novos
pesquisadores migram para o exterior e centros de pesquisa e
universidades públicas sofrem com desmonte.
Por Redação RBA/PORTAL BRASIL / Blog do Sombra
Orçamento da ciência em 2018 será um dos menores da história e comprometerá o futuro do Brasil.
No próximo domingo (amanhã, 8/10), a partir das 15h, cientistas e pesquisadores
estarão em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida
Paulista, para realizar a terceira Marcha pela Ciência, um protesto
contra os sucessivos cortes no orçamento que estão tornando a atividade
inviável no Brasil.
A ação é coordenada pela Academia de Ciências do Estado de São Paulo
(Aciesp), em conjunto com Associação dos Pesquisadores Científicos do
Estado de São Paulo (APqC).
Um dos alvos do protesto é novo corte na ciência, programado no Projeto
de Lei Orçamentária de 2018, que representa uma redução de quase 40% em
relação ao deste ano, um dos menores da história: R$ 2,4 bilhões. O
valor é 44% menor do que o previsto antes dos cortes anunciados pelo
governo federal e representa menos de um terço do orçamento de 2010.
De acordo com o presidente da Academia de Ciências de São Paulo, Marcos
Silveira Buckeridge, cortar a verba da ciência é condenar o
desenvolvimento do Brasil. Ele ressalta que a falta de recursos não é um
problema só para o presente, mas compromete o futuro.
“Isso é preocupante, principalmente fora de São Paulo. Esses cortes
representam o fechamento de laboratórios. O desânimo por parte dos
pesquisadores mais jovens é enorme e já se preparam para migrarem ao
exterior. Ao invés de ajudar o Brasil a avançar, estamos doando cérebros
para outros países e ajudando outros lugares a se desenvolver", afirma,
em entrevista ao repórter Cosmo Silva, da Rádio Brasil Atual.
Os organizadores também querem o fim dos desmontes das universidades
públicas e institutos de pesquisas de São Paulo. Entidades como a
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SPBC), a Universidade
de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
apoiam a iniciativa.