Sexta, 27 de outubro de 2017
Marcas de pneus foram
encontradas no local do início do novo foco, encontrado nesta
quinta-feira próximo à Pousada Inácia – em Alto Paraíso (GO)
Redação Portal ContextoExado com agências
Cresce a suspeita de que o atual incêndio no Parque Nacional da Chapada
dos Veadeiros tenha sido mesmo de origem criminosa. Imagens feitas por
bombeiros e brigadistas que atenderam um chamado nesta quinta-feira (26)
sobre um foco de queimada fora do Parque Nacional, nas proximidades da
Pousada Inácia, em Alto Paraíso (GO), revelam marcas suspeitas de pneu
na vegetação rasteira do local, o que poderia comprovar a tese criminal.
"É de partir o coração saber dessa capacidade de um ser humano. São
anos que estamos aqui protegendo, replantando e criando uma espécie de
santuário natural dentro da chapada para que agora criminosos tenham uma
atitude como essa. Eles merecem ser presos", revolta-se a advogada
Gabriela Alcoforado, proprietária da pousada.
Segundo ela, houve uma grande correria quando foi detectado o foco de
incêndio, que chegou a cerca de 5 km da propriedade. "Tivemos que
mobilizar muitas pessoas para tentar segurar as chamas. Já pensou se
esse crime fosse durante a madrugada? Poderíamos ter um desfecho ainda
pior", conta ela. Na madrugada de quarta-feira (26), o fogo chegou na
área de outra pousada, próxima do Vale da Lua, e queimou completamente
um dos 15 bangalôs.
Para a ação desta quinta-feira, de acordo com moradores da região, pelo
menos 40 pessoas foram envolvidas na operação para apagar o novo foco
de incêndio. "Eram cerca de 15 bombeiros voluntários enviados pela Rede
Contra o Fogo. Nós saímos chamando todos os vizinhos e tivemos ainda o
apoio de mais de dez funcionários da pousada. Conseguimos conter as
chamas", relata Bianca Carvalho, moradora e gerente da Inácia.
A Inácia é uma das empresas da região que integra a campanha SOS
Chapada, mobilização nacional para arrecadar fundos para o combate ao
incêndio e reflorestamento do Parque Nacional. Até agora, segundo
informações do Instituto Chico Mendes, até a noite da última terça-feira
(24/10), as chamas haviam consumido 64 mil hectares de cerrado, o
equivalente a 26% da unidade de conservação federal, que tem 240 mil
hectares.
As operações de combate ao fogo dentro da reserva têm comando unificado
composto pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio), Ibama e Corpo de
Bombeiros de Goiás (CBMGO) e do Distrito Federal. São mais de 110
brigadistas e militares. Eles contam com o apoio de cinco aviões-tanque
do ICMBio, helicópteros do Ibama, da Polícia Rodoviária Federal, do
CBMGO e da Polícia Militar do DF.
Na terça-feira (24), um avião Hércules c-130 da Força Aérea Brasileira
(FAB) se juntou à frota. A aeronave decola de Anápolis (GO) com 12 mil
litros de água. Há cinco saídas programadas para hoje com destino ao
parque da Chapada.