Domingo, 1º de outubro de 2017
Da Agência Brasil*
O Governo da Catalunha informou que 90% dos eleitores votaram "sim" pela independência da região e 7,8% votaram "não". Os dados foram apresentados pelo porta-voz da Generalitat (governo catalão), Jordi Turull.
No total, 2.262.424 pessoas votaram no referendo realizado neste domingo (1º).
Mais
cedo, o governo catalão já havia anunciado que iria comunicar nos
próximos dias o Parlamento regional os resultados da votação deste
domingo (1º) para que aplique o previsto na lei catalã de referendo e
proclame a independência caso o "sim" vencesse.
Em
uma declaração institucional, o presidente catalão Carles Puigdemont
defendeu que a Catalunha ganhou “o direito de ser um Estado
independente” após o referendo deste domingo, quando as pessoas foram
convocadas a responder se queriam ou não que a Catalunha se
transformasse em uma república independente.
Puigdemont
argumentou que a Catalunha ganhou à força sua soberania e que as
instituições catalãs têm o dever de respeitar e desenvolver o que
disseram seus cidadãos. Ele ressaltou que milhões de pessoas se
mobilizaram neste domingo e que, apesar das ameaças do Estado espanhol,
elas têm direito de decidir seu futuro em liberdade.
Governo da Espanha
Já o presidente do Governo da Espanha, Mariano Rajoy, declarou que "não houve um referendo" e
que todos os espanhóis constataram que o Estado de Direito se mantém
“forte e vigente”. Além de não reconhecer a consulta, responsabilizou o
governo autonômico catalão, promotor da iniciativa, de ter agido contra a
convivência democrática.
Puigdemont denunciou as violações de
direitos e liberdades derivadas da intervenção da Polícia Nacional e da
Guarda Civil, que foram acionadas pelo governo central espanhol para
impedir o referendo. Ele afirmou que as autoridades contabilizam mais de
800 feridos, dois dos quais estão em estado grave, segundo informações
do Departamento de Saúde da Catalunha. "Queremos viver em paz", fora de
um Estado "incapaz" de propor "algo diferente da força bruta", disse.
Segundo
Puigdemont, alguns casos foram “claras violações” de direitos humanos,
algo que definiu como uma das páginas mais “vergonhosas” da relação do
Estado espanhol com a região autônoma. Por isso, além de defender que as
agressões não fiquem impunes, apelou à União Europeia para que exerça
sua autoridade e atua no caso.
Enquanto acompanhavam a apuração
dos votos do referendo na Praça da Catalunha, em Barcelona,
representantes de diversas organizações representativas, entre as quais a
União Geral dos Trabalhadores (UGT) e a Confederação Nacional do
Trabalho (CNT), anunciaram que será realizada uma greve geral na próxima
terça-feira (3).
*Com informações da agência EFE