Quinta, 9 de novembro de 2017
Ivan Richard Esposito - Repórter da Agência Brasil
Afastado
da presidência do PSDB desde maio, quando foi acusado de pedir R$ 2
milhões ao empresário Joesley Batista, dono do grupo JBS, em troca de
favores, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) reassumiu o cargo hoje (9). O
fato ocorre um dia após o presidente interino da legenda, senador Tasso
Jereissati (CE), anunciar oficialmente a candidatura dele à presidência
do partido. O PSDB é a terceira maior bancada do Senado, com 11
senadores, e a terceira maior da Câmara, com 46 deputados.
Em um
comunicado enviado a Jereissati, Aécio afirma que retoma o posto para
“garantir a desejável isonomia entre os postulantes” na disputa pela
presidência do PSDB. No documento, o senador mineiro informou ainda que
indicou o vice-governador de São Paulo, Alberto Goldman, mais antigo
vice-presidente tucano para conduzir o processo eleitoral, marcado para o
dia 9 de dezembro, quando ocorrerá a convenção nacional do partido.
Ainda
no comunicado, Aécio faz um agradecimento a Jereissati por ter aceitado
assumir o partido interinamente. “Aproveito a oportunidade para
agradecer-lhe por ter aceito minha indicação e assumido a presidência
interina do PSDB nos últimos meses”, Por diversas vezes no período a
frente dos tucanos, Tasso Jereissati cobrou publicamente que Aécio
renunciasse o comando do partido, o que não ocorreu.
Além de Jeressati, também está na disputa pela presidência do PSDB o governador de Goiás, Marconi Perillo.
Denúncia
Em
junho, o senador Aécio Neves foi denunciado por Janot por corrupção
passiva e obstrução de Justiça, acusado de receber R$ 2 milhões em
propina do empresário Joesley Batista, com o qual foi gravado, em ação
controlada pela Polícia Federal, em conversas suspeitas. Em delação
premiada, o executivo assumiu o repasse ilegal.
O senador nega as
acusações. Sua principal linha de defesa no processo é a de que a
quantia que recebeu de Joesley foi um empréstimo pessoal, sendo uma
operação sem nenhuma natureza ilegal.
No dia 17 de outubro, o plenário do Senado
decidiu reverter a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal
Federal (STF) e suspendeu o afastamento parlamentar de Aécio, que havia
sido imposto no dia 26 de setembro.
Com
os votos de 44 senadores contra a manutenção das medidas cautelares e
de 26 favoráveis, os parlamentares impediram o afastamento de Aécio, o
seu recolhimento domiciliar noturno e reverteram a obrigação de entregar
o passaporte.