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(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

As águas que passam pela linda Cachoeira dos Anjos, no Gama, estão sendo poluídas por esgoto; água que vai para Corumbá IV e você logo deverá beber; veja vídeo

Segunda, 20 de novembro de 2017

O corpo hídrico do Córrego Ponte de Terra, segue o seu curso, se somando alguns quilômetros à frente ao Córrego da Serra, e logo em seguida ao Ribeirão Ponte Alta que recebe todos os córregos e riachos da Sub-bacia do Corumbá, se somando ao rio de mesmo nome.

Por
Juan Ricthelly

🌎Ação Socioambiental na Cachoeira do Anjos🌍

Introdução

A Cachoeira do Anjos, também conhecida como Pedreira e Santuário, é um monumento natural de inegável beleza que se encontra no Córrego Ponte de Terra no Gama.
 
Na parte superior, possui uma pequena piscina natural, em uma combinação perfeita de rochas esculpidas pelas forças da natureza e do tempo.
 
Logo abaixo é possível apreciar uma linda queda d'água de 30 metros e outra de 10 metros, cercada por um linda vegetação de cerrado.
 
Também é possível apreciar uma linda vista do Vale do Córrego Ponte de Terra, onde a mata, em razão da proteção natural proporcionada por um terreno inclinado e inapto para construções, plantações ou criação de animais.
 
Teríamos um pedaço de paraíso diante de nossos olhos, se houvesse somente isso ao chegarmos lá, infelizmente não é o que ocorre.
 
Muitas pessoas que frequentam o local, não se importam com a preservação e proteção da área, de modo que fazem churrascos e deixam lá seus indícios, fazem pixo em rochas que levaram milhões de anos se esculpindo, levam bebidas alcoólicas e deixam jogadas por lá garrafas quebradas e latas de cerveja, fumam cigarro e jogam as bitucas e carteiras vazias no chão e na água, levam os seus filhos e deixam as fraldas usadas em qualquer canto...
 
Para agravar  a situação, o ponto de captação da Adasa é de fácil acesso na margem direita da DF-475 e muitas pessoas lavam carros, motos e bicicletas, despejando óleo, graxa, sabão, detergente e outros produtos químicos na água, que desce para um clube que existe logo abaixo e chega na Cachoeira do Anjos, onde muitas pessoas costumam tomar banho.
 
Nas cercanias da cachoeira, existem invasões e uma delas inclusive está acumulando resíduos sólidos da construção civil e carcaças de produtos eletrônicos que possuem metais pesados altamente poluentes em sua composição, e isso à poucos metros do corpo d'água.
 
O Córrego Ponte de Terra nasce no tão acossado setor onde se proliferam condomínios no Gama, próximo à Avenida São Francisco, logo abaixo, atrás do Pró-DF, forma um lago onde a CAESB captava água e decidiu abandonar, e desce passando por uma série de chácaras e condomínios.
 
O corpo hídrico do Córrego Ponte de Terra, segue o seu curso, se somando alguns quilômetros à frente ao Córrego da Serra, e logo em seguida ao Ribeirão Ponte Alta que recebe todos os córregos e riachos da Sub-bacia do Corumbá, se somando ao rio de mesmo nome.
 
Como se sabe, a água de Corumbá IV será captada para consumo humano e muitas pessoas parecem ainda não terem se dado conta de que tudo o que fizermos com os rios, riachos e corpos d'água de nossa cidade, voltará para nós em algum momento, e infelizmente o Córrego da Serra está sendo objeto de despejo de esgoto em algum ponto, se constata isso facilmente pelo odor podre e pela cor turva da água, quem frequenta habitualmente o local se espanta ao observar esses problemas visíveis, visto que a água do córrego é normalmente de cor cristalina e inodora.

Ação Socioambiental

Nos dias 18 e 19 de Novembro um grupo de voluntários do projeto Gama Verde, se reuniram para efetuar uma limpeza no local, durante dois dias de árduo trabalho foram retirados mais de 15 sacos de lixo, trabalho que apesar de realizado com disposição e boa vontade, foi insuficiente diante da poluição constante e sucedida por anos, sem nenhum trabalho que buscasse mitigar o problema.
 
O que mais chama a atenção é quantidade de vidro quebrado, de modo que serão necessárias várias ações com foco específico em recolhimento de vidro para melhorar o aspecto do lugar.
 
As formações rochosas, trabalho artístico natural das forças físicas e do tempo, se encontram pixadas e cheias de tinta, muitas vezes matando liquens que levaram milhares de anos para se alojar ali.

Serão necessárias outras ações no local, somadas à um trabalho de conscientização dos frequentadores, criação de lixeiras, placas e visitação constante de grupos para não permitir novamente o acumulo de lixo.
Se faz urgente uma denúncia à ADASA para verificar o responsável ou responsáveis pelo despejo de esgoto e poluentes no córrego, bem como limitar o acesso ao ponto de captação da ADASA às margens da DF-475.

Gama-DF. 19 de Novembro de 2017

Juan Ricthelly

Foto: Humberto Cerrado

🌳Gama Verde🌳

Veja vídeo

Vídeo realizado pelo Gama Verde em 19/11/2017.