Quarta, 1º de novembro de 2017
Da
Abrasco e
Da
Abrasco e
A Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável, formada pela
Associação Brasileira de Saúde Coletiva – Abrasco, o Instituto
Brasileiro de Defesa do Consumidor – Idec, a ACT Promoção de Saúde,
entre outras 20 organizações da sociedade civil lança nesta quarta (01º)
a campanha de conscientização “Você tem o direito de saber o que come”. A ação chama atenção para o marketing enganoso e rótulos pouco claros de alimentos não-saudáveis e sua relação com escolhas alimentares que podem levar à obesidade.
A obesidade é a causa de doenças como diabetes tipo 2, doenças
cardíacas e 13 tipos de câncer, conforme indicado pelo Instituto
Nacional do Câncer (INCA)[1]. Em 2016, mais de 650 milhões de pessoas estavam obesas no mundo[2].
Nos últimos 35 anos, o número de pessoas com esta condição mais que
dobrou entre as mulheres e quase que quintuplicou entre os homens no
Brasil[3].
Estima-se, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística), que 1 em cada 3 crianças entre 5 e 9 anos apresentam
excesso de peso no país. Entre adultos, a taxa de obesidade chega a 20%
dos brasileiros[4]. A cada ano, são diagnosticados quase um milhão de novos casos de obesidade entre os brasileiros[5].
Diante deste cenário, a Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável
lança uma campanha de conscientização com a intenção de alertar a
população sobre as reais características nutricionais de produtos
ultraprocessados. Em uma metáfora, a campanha mostra os ingredientes em
excesso de alguns alimentos que consumimos no dia a dia. Da caixa de
suco que se diz “natural” cai açúcar refinado. Da caixa do bolo que se
vende como “caseiro”, sai um tablete de gordura.
Em uma escala maior, a campanha busca conscientizar a população
reforçando que o ambiente que fomenta o consumo excessivo de produtos
não-saudáveis via publicidade massiva e rótulos atrativos é um dos
principais responsáveis pelo aumento da população com excesso de peso.
“Informações ambíguas ou enganosas são uma violação ao direito humano
à alimentação adequada e contribuem para escolhas alimentares que
comprometem a saúde. Tomar consciência disso é fundamental para mudar a
realidade”. diz Inês Rugani, professora do Instituto de Nutrição da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (INU/Uerj) e coordenadora do
Grupo Temático Alimentação e Nutrição em Saúde Coletiva
(GTANSC/Abrasco).
“A participação de toda a sociedade é muito importante para combater o marketing
enganoso e a falta de informações claras nos rótulos dos produtos
ultraprocessados. A Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável conta
com parceiros e apoiadores que contribuem com trabalho e conhecimento
para o sucesso da campanha”, diz Ana Paula Bortoletto, Líder do programa
de Alimentação Saudável no Idec.
É importante destacar que, atualmente, encontra-se em discussão na
Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a revisão das normas
de rotulagem nutricional. A Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável
defende a adoção de uma rotulagem nutricional frontal de advertência
inspirada no modelo do Chile, entre outras recomendações, conforme
proposta apresentada à Agência pelo Idec e UFPR. Uma consulta pública deve ser aberta pela Anvisa até o final do ano para ampliar a discussão sobre esse tema e definir novas regras brasileiras de rotulagem nutricional. Conheça por dentro a campanha Rotulagem Adequada Já! e leia o documento de posicionamento para um novo modelo de rotulagem nutricional.
Sobre a Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável:
A Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável é uma coalizão
composta por organizações da sociedade civil de interesse público,
profissionais, associações e movimentos sociais com objetivo de
desenvolver e fortalecer ações coletivas que contribuam com a realização
do Direito Humano à Alimentação Adequada por meio do avanço em
políticas públicas para a garantia da segurança alimentar e nutricional e
da soberania alimentar no Brasil. A Aliança acredita que a alimentação
que temos hoje é resultado da interação de elementos individuais e
socioculturais. Portanto, a proteção e promoção da alimentação adequada e
saudável depende da atuação nestas duas grandes dimensões, sempre
articulada a ações de caráter estrutural.
Para outras informações, acesse o site e as redes sociais.
Referências:
[1] http://www1.inca.gov.br/inca/Arquivos/comunicacao/posicionamento_inca_sobrepeso_obesidade_2017.pdf
[5] Duran AC, Claro RM, Schmidt MI, Duncan BB, Monteiro CA. Diabesity in Brazil: burden, trends, and challenges. Submitted.