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(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Ministérios Públicos aderem ao Sistema de Localização e Identificação de Desaparecidos

Segunda, 13 de novembro de 2017
Do MPF com informações do CNMP

Raquel Dodge enfatizou a importância de ter uma ferramenta que ajude na localização de crianças, jovens, idosos e pessoas com doenças mentais
Ministérios Públicos aderem ao Sistema de Localização e Identificação de Desaparecidos
Foto: Leonardo Prado/Secom/PGR

Dezoito procuradores-gerais de Justiça assinaram, nesta segunda-feira (13), termo de adesão ao Sistema Nacional de Localização e Identificação de Desaparecidos no âmbito do Ministério Público brasileiro (Sinalid). A iniciativa ocorreu durante reunião realizada em Brasília entre a presidente do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Raquel Dodge, e integrantes do Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais de Justiça (CNPG). A reunião contou com a participação de conselheiros do CNMP.

Todos os procuradores-gerais de Justiça presentes na reunião assinaram o termo. Com isso, até agora, 25 unidades do Ministério Público já aderiram ao sistema. Resultado da criação e ampliação do Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (Plid), desenvolvido pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP/RJ), o Sinalid será implementado pelo Conselho em parceria com o MP fluminense, conforme acordo de cooperação técnica assinado entre as instituições em 24 de agosto. No modelo, o sistema será gerido administrativamente pelo CNMP e tecnicamente pelo MP/RJ, aproveitando a expertise do órgão estadual acumulada ao longo dos anos por meio do Plid.

O objetivo do Sinalid é criar um sistema de buscas integrado nacionalmente e desenvolver ações conjuntas e de apoio mútuo às atividades de sistematização de procedimentos, comunicações e registros de notícias de pessoas desaparecidas ou vítimas de tráfico humano, com cruzamento de dados.

Resultados – Durante a reunião, a coordenadora da Assessoria de Direitos Humanos e minorias do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP/RJ), Eliane Lima, e o coordenador do programa na instituição fluminense, André Luiz de Souza, apresentaram o projeto que originou o Sinalid, o Plid, desenvolvido em 2010. Ao longo dos anos, o sistema recebeu novas funcionalidades e foi implementado em outros estados. Os representantes do MP/RJ destacaram, ainda, números que envolvem o desaparecimento de pessoas e o cenário no Rio de Janeiro e no Brasil. Com o Plid, no estado do Rio de Janeiro, 37,48% dos casos tiveram resolutividade.

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, foram registrados 693.076 boletins de ocorrência de pessoas desaparecidas no período de 2007 a 2016. A proposta do Sinalid é que, com a adesão nacional das unidades do Ministério Público, os números de soluções tenham aumento substancial.

“Temos de valorizar esse esforço do Ministério Público brasileiro de contar com uma ferramenta que ajude na localização de crianças, de jovens, de idosos, de pessoas com doenças mentais, que são a parte mais vulnerável da sociedade brasileira”, salientou Dodge, ao falar sobre o Sinalid.

Diálogo permanente - Na reunião desta segunda-feira, Raquel Dodge reiterou a importância do diálogo permanente entre as unidades do Ministério Público brasileiro para o fortalecimento das instituições. “Aproximar os Ministérios Públicos assegura o cumprimento da relevante missão constitucional da nossa instituição”, afirmou. Por sua vez, o presidente do CNPG, Sandro Neis, reforçou a relevância de encontros periódicos entre as instituições. “Trata-se de um momento único nas relações institucionais do Ministério Público”.

Assista abaixo a declaração completa da presidente do CNMP, Raquel Dodge, após a reunião de trabalho.