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(Millôr Fernandes)

domingo, 3 de dezembro de 2017

6º Congresso elege Juliano Medeiros presidente nacional do PSOL

Domingo, 3 de dezembro de 2017
Do Psol
6º Congresso elege Juliano Medeiros presidente nacional do PSOL
Crédito da foto:PSOL 50
Os delegados do 6º Congresso Nacional do PSOL elegeram, na tarde deste domingo (03/12), a nova direção nacional, que ficará à frente do partido nos próximos dois anos. O gaúcho de 34 anos, Juliano Medeiros, encabeçando a Chapa “Sem Medo de Lutar” foi escolhido como presidente, renovando o comando após duas gestões presididas pelo professor da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB), Luiz Araújo.
Com a eleição de Medeiros, assume uma liderança política jovem, mas com larga experiência na militância. O novo presidente foi dirigente da União Nacional dos Estudantes (UNE) por duas gestões (2005-2007 e 2007-2009). É graduado em História pela Universidade de Brasília (UnB), onde também cursou o mestrado no Programa de Pós-Graduação em História. Atualmente é doutorando do Instituto de Ciência Política da UnB (Ipol/UNB). Juliano Medeiros é autor de diversos artigos publicados em sites e revistas no Brasil e no exterior e em 2017 publicou pela Boitempo o livro Cinco Mil Dias – o Brasil na era do lulismo, coletânea de ensaios sobre os 13 anos de governos petistas.
Representou o PSOL em diversas missões no exterior em países como Equador, Grécia, França, Colômbia, Paraguai, Uruguai, Turquia, Portugal e Saara Ocidental. Atualmente dirigia a Fundação Lauro Campos e integrava a Executiva Nacional do partido. Desde janeiro de 2015 ocupava o cargo de Coordenador Político da Liderança do PSOL na Câmara dos Deputados e atualmente presidia a Fundação Lauro Campos.
Após ser eleito, o novo presidente destacou os desafios de assumir a direção de um partido que cada vez mais se firma como uma alternativa de esquerda socialista. Ele apontou, ainda, o importante papel que o PSOL vem cumprindo na política brasileira.
“Fomos a única força de esquerda no Congresso Nacional a apontar, ao longo de uma década, os limites do ‘reformismo fraco’ representado pelo lulismo. Mas também soubemos, quando estavam em risco a democracia e as conquistas dos governos petistas, tomar as ruas contra o golpe e os retrocessos que ele traria consigo. Essa coerência, em favor dos interesses dos trabalhadores, trabalhadoras, da juventude, tornou-se uma marca do PSOL. Então precisamos preservar essa identidade e, ao mesmo tempo, projetar uma esquerda combativa, radical, intransigente com as injustiças e a desigualdades, e que saiba dialogar com os novos processos de resistência que estão se fortalecendo”.
Unidade com movimentos sociais, partidos de esquerda e entidades sindicais
Fazendo uma reflexão sobre a conjuntura marcada por fortes ataques do governo de Michel Temer contra a classe trabalhadora, Medeiros ressaltou o esforço do PSOL para construir a luta de forma unificada com o conjunto dos movimentos sociais, partidos do campo da esquerda e entidades sindicais.
“A gente sabe que nenhum partido sozinho tem força para se contrapor às medidas que retiram direitos do povo brasileiro. Isso não significa unidade eleitoral para 2018. No momento, a prioridade é derrotar as contrarreformas de Temer, em especial a chamada ‘Reforma da Previdência’. Só a luta na rua pode virar o jogo”.
PSOL mais forte
Com pouco mais de uma década de fundação, o PSOL é o partido mais atuante e combativo no Parlamento e com participação nas diversas organizações sociais, estudantis e sindicais. Sua aguerrida militância tem estado presente, ao longo desses anos, nas diversas lutas em defesa dos trabalhadores, dos direitos humanos, de negros e negras, dos LGBTs, dos povos indígenas e quilombolas e dos jovens.
Na avaliação do novo presidente nacional, o resultado do 6º Congresso, que aprovou resoluções sobre conjuntura internacional, conjuntura nacional, organização partidária e eleições de 2018, é reflexo do fortalecimento do partido. “É o PSOL se consolidando como alternativa programática de esquerda para amplos setores da sociedade brasileira identificadas com a defesa dos direitos sociais, da democracia e do socialismo”.
Em relação à participação nas eleições de 2018, Medeiros afirma que o PSOL terá a tarefa de relançar a ideia de radicalidade, de crítica implacável ao programa do golpe e de defesa dos interesses dos mais pobres. Ele também apontou o nome mais indicado, na sua avaliação, para representar o partido na disputa à Presidência da República
“A profundidade da crise abre espaço para essa nova esquerda. Quanto a nomes, temos muitos companheiros e companheiras que podem cumprir esse papel. Mas não é segredo que temos dialogado com o companheiro Guilherme Boulos. Ele é um líder popular extraordinário, um combatente dos movimentos sociais que sabe reconhecer o papel dos partidos de esquerda e a necessidade da unidade. Estamos trabalhando para que cheguemos a um entendimento. O PSOL aposta num processo amplo de reorganização da esquerda brasileira e essa candidatura reforçaria muito essa perspectiva”, enfatizou.
Um dos esforços do PSOL para o próximo ano, segundo Juliano Medeiros, é também ampliar a bancada na Câmara dos Deputados e apresentar lideranças à disputa dos governos estaduais em todo o país.