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(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Jovem com paralisia cerebral é mantida amarrada enquanto GDF descumpre ordem judicial para cirurgia

Sexta, 1º de dezembro de 2017
Jovem com paralisia cerebral é mantida amarrada enquanto GDF descumpre ordem judicial para cirurgia
A jovem Beatriz Santana, que sofre de dores intensas e doença que provoca movimentos involuntários; nas crises, jovem acaba se machucando sem querer, diz mãe

G1-foto: Eliane Santana
e Portal ContextoExato
 
Laudo de 2014 indica implante de marca-passo neurológico. Secretaria de Saúde diz estar licitando equipamento. À base de morfina por causa das fortes dores, garota 'pede para morrer', diz família.

A dona de casa Eliane Santana da Silva vê a história da primeira filha como inspiração para um roteiro de guerra: faltou oxigênio no cérebro de Beatriz durante o parto por causa de uma falha médica e, apesar da dedicação da mãe por tratamento adequado na rede pública do Distrito Federal, a situação piora a cada ano. A mais recente "batalha" gira em torno de uma cirurgia, determinada pela Justiça há mais de um ano, mas ainda sem prazo para acontecer.


A Secretaria de Saúde diz que a compra do equipamento necessário está em fase de licitação. Além disso, declarou oferecer assistência médica a Beatriz, com medicamentos e profissionais.

A jovem, que atualmente tem 19 anos, foi diagnosticada com paralisia cerebral ainda nos primeiros dias de vida. O acompanhamento por neurologistas não impediu que ela desenvolvesse distúrbios motores severos – ela não consegue controlar os movimentos e, por isso, se debate até dormindo – nem sofresse de dores intensas. Por isso, é mantida amarrada com faixas, para evitar que caia e se machuque mais.

Nos últimos quatro anos, a situação se agravou, com crises convulsivas cada vez mais severas, e ela depende de morfina para se sentir "menos desconfortável". Em julho de 2014, um laudo médico apontou que não existe mais tratamento clínico viável para o caso.