Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Meirelles: a exibição da indignidade, e da falta de competência e credibilidade

Quarta, 6 de dezembro de 2017

Por
Helio Fernandes
Hoje é o personagem mais ambicioso, discutido e repudiado do desgoverno Temer. Mas é também o que mais se movimenta, abertamente, para ser presidenciável em 2018. Minha convicção sobre o assunto vem de longe, desde a posse como Ministro da Fazenda. E não abandonei mais a questão sempre mantendo o fogo sagrado do combate.

Semana passada escrevi artigo com o título expressivo e elucidativo: "A candidatura Meirelles sai do armário". A partir daí, Meirelles assumiu o voo livre do qual só pretende desembarcar em 2019, no aeroporto mais  perto do Planalto. A partir daqui, o repórter sai de cena, tudo o que está aparecendo em entrevistas de jornais (na Primeira, claro), e em horários nobres de televisão, sobre ele e seu futuro, é da autoria dele.
Na entrevista de jornal, destrutivo e afirmativo, garante que  o candidato do governo não será Alckmin. Isso no exato momento em que Temer, em SP, conversava com o governador. Seguindo o objetivo pretendido, revela que o governo Temer terá candidato em 2018, mas nem lembra dele, só mostra suas credenciais e possibilidades.

Destrói o fato de estar com apenas 2% nas pesquisas, diz que isso é porque ainda não é candidato. Quando se lançar, seu eleitorado fará sua candidatura se elevar rapidamente. Seus votos virão do alto empresariado, banqueiros, investidores importantes, em suma, o MERCADO. Diz e repete na TV, que essa parte da comunidade, confia num homem como ele e no trabalho  que vem fazendo.

Sem ironia e qualquer dúvida.

Aí entra na política, ataca todos os partidos, principalmente o PSDB. E garante que não tem a pretensão de entender o PSDB. Mas no momento em que Temer afirma publicamente que o desembarque do PSDB será elegante, o ministro da Fazenda atira sobre o mesmo PSDB, com armamento pesado e de repetição  automática.

A legenda do ínclito Aécio, do corruptasso e de alguns  outros, preterida e enraivecida, quis romper logo. Íntimos de Temer alertaram para o risco da Previdência. O presidente corrupto mostrou o mesmo sorriso de sempre, disse que os 308 votos da aprovação, estão garantidos. Para um  presidente que tem 5% de popularidade, no mínimo incompreensível.

É irresponsabilidade diante do assunto mais importante e o objetivo de todos: a sucessão presidencial.

PS- E principalmente o fator  explosivo que representa ter e manter no centro do governo, um homem como Meirelles, sem caráter, sem escrúpulos, sem convicções e  sem compromissos com a comunidade e o país.
 
Antes o troca-troca era só corrupção, hoje manteve a corrupção com intimidação

O sistema Presidencialista-Pluri-Partidário, nem presidencialismo nem parlamentarismo, gerou a multidão de partidos. Era ao mesmo tempo incógnita administrativa e excrescência política. Mas na verdade criou e alimentou, uma realidade eleitoreira e avassaladora, que foi se tornando cada vez mais deprimente e degradante. 

E foi transformando os governos em entidades ingovernáveis, não um jogo de palavras, mas sim uma realidade insuportável e insuperável. Magnificamente identificadas como troca-troca. Pois o relacionamento entre Executivo e Legislativo, se limitou a esses encontros entre parlamentares exigentes e governantes complacentes.

Os dois lados, sôfregos em serem atendidos. É evidente que tinha que  explodir, chegar à situação indefinível de agora. E incompreensível, pelo volume de incoerências. E como o presidente é notoriamente corrupto, o que despejou de favores para não ser investigado pelo STF, é inacreditável, inaceitável, mas rigorosamente verdadeiro. E para continuar presidente não eleito, mas no cargo, esbanjou e desperdiçou recursos do contribuinte, duas vezes,

Antigamente, quando um deputado (ou senador) conseguia ser recebido pelo presidente da República, era uma festa. O eleitorado sabia imediatamente. Agora, governar é tomar café da manhã juntos, prolongar para o almoço e prorrogar para o jantar. E alguns ainda ficam até mais tarde, talvez consigam outras vantagens.

No momento, quando precisa aprovar a reforma da Previdência, promessa feita em 12 de maio de 1916, os "acordos" Temer-deputados, enchem paginas e mais paginas. O presidente corrupto assume compromissos desvairados, que dominam todo o ano de 2018. É tanta coisa, que nem Temer nem os deputados sabem se poderão cumprir.

Temer, só tendo o poder do dinheiro e da distribuição dos recursos, comete até iniquidades com amigos leais. O mais surpreendente aconteceu com o Secretario de Articulação política, Antonio Imbassahy. Suas funções passaram diretamente para Rodrigo Maia. Imbassahy não foi demitido, porque Temer ainda acredita que possa se compor com o PSDB, ou pelo menos os 22 que o apoiaram duas vezes.

PS- Para tentar mobilizar e garantir a votação da Previdência em 2017, gritou na televisão: "Quem trair será punido".

PS1- Essa  a realidade de um presidente corrupto e não eleito.
 
Petrobras: a injustiça do aumento do preço do gás de cozinha 
 
Já está valendo desde ontem, quando foi anunciado. Mais 9 por cento. Favorecimento  para um lado, esbulho para o outro.

A indústria e o comércio, poderosos, não pagarão o aumento. Meireles diz que eles são produtores de empregos, não podem ter seus planos comprometidos.

Os atingidos terão que pagar imediatamente, não podem ficar sem o gás, que se chama de cozinha porque é utilizado pelos mais pobres. Pobres e numa parte muito grande, desempregados. 

GEDEL DENUNCIADO

Sua trajetória de Ministro todo poderoso, a demissão por querer construir em área “TOMBADA", em Salvador, tudo levava à decisão da PGR. Antes, uma juíza chamou-o de "criminoso em série", mandou prendê-lo.

Outro juiz, "generoso", transformou a prisão em domiciliar. Ele alegou que morava em Salvador, foi autorizado, sem nenhuma fiscalização. Surgiu então a descoberta que estarreceu o país: aquelas malas com 51 milhões, atração diária das televisões. Espetáculo jamais visto.

Agora foi denunciado pela PGR, a primeira providência: vai perder a prisão domiciliar. Revi a posse como ministro, o carinho e a satisfação com que se abraçaram, ele e Temer.
 
Fonte: Blog Oficial do Jornal da Tribuna da Imprensa.
 
Matéria pode ser republicada com citação do autor.