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(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 23 de março de 2018

OSs e terceirização da saúde: Para fazer vistas grossas aos desvios de OS, diretor e servidor receberiam R$ 1,2 milhão; detalhes do acerto criminoso para saquear hospital público foram divulgados em coletiva do Ministério Público

Sexta, 23 de março de 2018
Do Ataque aos Cofres Públicos com informações do G1

Em coletiva de imprensa realizada na tarde desta quinta (22), o Ministério Público (MP) em Campinas (SP) explicou que o esquema de corrupção na terceirização do Hospital Ouro Verde  previa o pagamento de R$ 1,2 milhão para os ex-servidores da Prefeitura Ramon Luciano Silva e Anésio Corat Júnior.
O acordo, de acordo com os promotores, previa a aprovação de contas irregulares que maquiavam os desvios de recursos da saúde dentro da Organização Social (OS) Vitale Saúde, que gerenciava o serviço.

Este e outros detalhes constam da 2ª fase da operação que apura a corrupção no hospital, deflagrada na manhã desta quinta (22) e batizada de “Caduceu”.
Quatro mandados de prisão e cinco de busca e apreensão foram cumpridos. Além de Corat Júnior e Luciano Silva, foi preso o médico Osvaldo Perezi Neto. Ele estava dentro de sua casa, em São José do Rio Preto, e não ofereceu resistência. A quarta prisão foi do advogado Orlando Leandro de Paula Fulgêncio, que se entregou no 2º Distrito Policial de Campinas. Neto e Fulgêngio são ligados à Vitale e faziam parte do acordo para pagar os ex-servidores da Prefeitura.
A prisão temporária e o bloqueio de bens dos quatro alvos da operação foi expedida pela 4ª Vara Criminal de Campinas. Eles foram levados para a sede do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), depois para a 2ª Delegacia Seccional e ficaram presos no 2º DP. “Era um contrato permeado de corrupção. A investigação não termina aqui. Quanto mais ela avança, mais é possível perceber forças ocultas e não republicanas para dificultar a investigação”, disse o promotor do MP, Daniel Zulian.
A Promotoria ainda informou que o acordo para pagar Corat Júnior e Luciano Silva previa R$ 20 mil por mês para cada um e o “contrato” ficou em vigência por pelo menos 18 meses. O MP afirmou que dos R$ 1,2 milhões, é certo que o pagamento de R$ 360 mil já foi efetuado. Ainda não está descartada a participação de membros do primeiro escalão da administração no esquema.
Para mais informações sobre o escândalo que permeia a terceirização do hospital municipal de Campinas, clique aqui.