Março
24
Por que
desaparecemos os desaparecidos
No dia
de hoje do ano de 1976, nasceu a ditadura militar que desapareceu com milhares
de argentinos.
Vinte
anos depois, o general Jorge Rafael Videla explicou ao jornalista Guido
Braslavsky:
— Não, não dava para fuzilar. Vamos pôr um
número, vamos dizer cinco mil. A sociedade argentina não teria apoiado os
fuzilamentos: ontem dois em Buenos Aires, hoje seis em Córdoba, amanhã quatro
em Rosário, e isso até cinco mil...Não, não era possível. E dizer onde estão os
restos? Mas o que é que podíamos dizer? No mar, no rio da Prata, no Riachuelo?
Chegou-se a pensar, na época, em divulgar as listas. Mas depois pensamos se são
dados por mortos, em seguida virão as perguntas que não podem ser respondidas:
quem matou, quando, onde, como...
Eduardo Galeano, no livro ‘Os Filhos dos Dias’, L&PM Editores, 2ª edição, página 104.
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Do Gama Livre: O assassino Jorge Rafael Videla, ex-ditador da Argentina, morreu no dia 17 de maio de 2013. Tinha 87 anos e faleceu na cela em que cumpria duas penas de prisão perpétuas por crimes contra a humanidade. Estava numa cadeia comum num subúrbio distante do centro de Buenos Aires, capital da Argentina. E no Brasil, nada aconteceu com os ditadores. Todos morreram livres e soltos, menos, claro, o general Castelo Branco, que morreu quando um jato da FAB se chocou com a aeronave que ele viajava 😷😷.