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(Millôr Fernandes)

terça-feira, 24 de abril de 2018

Conselho de Ética define 3º relator de processo contra Alberto Fraga (DEM/DF) no caso do fake news contra Marielle

Terça, 24 de abril de 2018
Por Heloísa Cristaldo - Repórter da Agência Brasil

O deputado Adilton Sachetti (PRB-MT) foi escolhido hoje (24) relator do processo disciplinar em que o Conselho de Ética da Câmara apura denúncia de quebra de decoro parlamentar pelo deputado Alberto Fraga (DEM-DF). Sachetti é o terceiro indicado para a relatoria do processo: os anteriores – Thiago Peixoto (PSD-GO) e Benjamin Maranhão (MDB-PB) – renunciaram ao posto.
A representação contra Alberto Fraga foi protocolada pelo PSOL após a morte da vereadora carioca Marielle Franco, também da sigla, assassinada em março, junto com seu motorista, ao deixar um evento no Rio. No Twitter, Fraga publicou mensagem dizendo que Marielle foi casada com o traficante Marcinho VP, era usuária de drogas e foi eleita com apoio do Comando Vermelho. 
 Brasília - Deputado Alberto Fraga conversa com jornalistas após reunião com o presidente Temer; o ministro da Justiça, Alexandre de Barros; e o presidente da Câmara,  Rodrigo Maia  (José Cruz/Agência Brasil)
Deputado Alberto Fraga (José Cruz/Arquivo/Agência Brasil) 

Diante da repercussão negativa, o deputado apagou a mensagem, que, contudo, continuou a ser compartilhada nas redes sociais. Em virtude da repercussão negativa, Fraga admitiu que errou por não checar a veracidade das informações publicadas em sua página. O parlamentar tem evitado se pronunciar sobre o processo a que responde no Conselho de Ética. 
 
Ivan Valente
 
Também na sessão de hoje, o Conselho arquivou, por unanimidade, processo contra o deputado Ivan Valente (PSOL-SP). De acordo com representação protocolada pelo PR, Valente cometeu crimes de injúria, calúnia e difamação ao criticar, em novembro do ano passado, em plenário, os deputados que votaram a favor do arquivamento das denúncias contra o presidente Michel Temer, rejeitadas pelo Congresso Nacional em 2017.
 
Segundo o relator, Pompeu de Mattos (PDT-RS), o processo tem defeito formal, ausência de conteúdo jurídico e falta de clareza. Para ele, a livre manifestação de palavras no plenário da Casa, o “parlar”, neste caso, em nada fere o decoro parlamentar. 
 
Ivan Valente, por sua vez, diz que as representações de deputados “da extrema direita não são só ridículas, mas também nefastas à democracia porque querem calar a voz de quem defende ética na política e justiça social”. 
Edição: Nádia Franco