Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 2 de maio de 2018

1º de Maio: Dia Internacional de Luta

Quarta, 2 de maio de 2018
Por
Aderson Bussiger

Quero homenagear no dia de hoje a memória da ex-vereadora do PSOL Marielle Franco, socióloga e ativista dos Direitos Humanos e da luta da classe trabalhadora no Rio de Janeiro, cuja covarde execução segue impune.


Sim, penso que Marielle merece ser mais que lembrada nesta data de luta, (quando seguimos sob intervenção militar no Rio de Janeiro e a classe trabalhadora cada vez mais explorada e desempregada), mas, sobretudo propagado seu nome, martírio e exemplo como um dos símbolos deste  de Maio no Brasil e no mundo, pois era uma mulher negra brasileira que, - para além das bandeiras que corajosamente empunhava -, como a defesa das populações das favelas ante a brutalidade das forças policiais; a liberdade sexual e o combate à homofobia e ao racismo, Marielle, (que tive a honra de conhecer e acompanhar em algumas lutas), era parte de uma concepção (e prática) que se propunha a lutar pela libertação da classe trabalhadora da escravidão econômica-social-jurídica que é o capitalismo, sobretudo nesta fase atual é gravíssima de destruição, barbárie e guerras que comprovamos cotidianamente.
Por isto, Marielle era socialista, lutadora anticapitalista, e esta visão e horizonte de vida perpassavam todas as lutas e jornadas em que ativamente participava, com seu sorriso bonito e firmeza de atuação, desde o seu inicial ativismo de direitos Humanos na favela da Maré, seu trabalho na Comissão de Direitos Humanos da ALERJ, sua dedicação ao estudo universitário, e, por último, o exercício do mandato popular de vereadora socialista, libertária e ao lado da classe trabalhadora, nas favelas, nos sindicatos e manifestações, enfim, onde assim fosse convocada.

Por estas lutas que recordamos e exaltamos internacionalmente em mais este de Maio, por todos estes motivos, foi encomendado e contratado o assassinato de Marielle, assim como no passado o operário e ativista Santo Dias foi assassinado no ABC paulista durante a ditadura; Como também o sindicalista e ambientalista Chico Mendes foi executado no Acre, integrando uma honrosa lista de outros heróis e heroínas da classe trabalhadora brasileira.

Viva o 1º de Maio! Viva a luta da classe trabalhadora no Brasil e no mundo! E Marielle e todos nossos heróis e heroínas PRESENTES!

* Aderson Bussinger, advogado, conselheiro da OAB-RJ, integra o MAIS - Movimento Por Uma Alternativa Independente Socialista. Mestre em Ciências Jurídicas e Sociais/UFF, colaborador do site TRIBUNA DA IMPRENSA Sindical, Diretor do Centro de Documentação e Pesquisa da OAB-RJ, membro Efetivo da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ. Membro Efetivo do Instituto dos Advogados Brasileiros-IAB.

Fonte: Tribuna da Imprensa Sindical