Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

domingo, 27 de maio de 2018

Golpistas aproveitam greve para pedir intervenção 'constitucional'

Domingo, 27 de maio de 2018
Por
www.maurosantayana.com



(Do blog com equipe) - Sempre no cio, como lembrava Brecht, as cadelas do fascismo - e do golpismo -  querem aproveitar a greve dos caminhoneiros para colocar faixas nas rodovias pedindo a eterna intervenção militar.

Quem sabe com saudade dos locautes golpistas chilenos, embora não dê para saber se o vídeo é de agora, já tem também pelo menos um  sujeito vestido de sargento do exército pedindo que quem quiser ajudar os caminhoneiros coloque faixas nesse sentido nos pontos de concentração dos grevistas e sugerindo que o apelo seja espalhado pelo whatsapp. 

Duas coisas a lembrar: 

1 - O governo vai usar justamente o exército para forçar a passagem de caminhões de combustível pelas estradas para assegurar atividade essenciais.

2 - A intervenção “militar” no Rio de Janeiro, mostrou que as forças armadas, mesmo quando apenas cumprindo ordens, são tão sujeitas a problemas e limitações quanto qualquer outra instituição nacional.

Se essa força não consegue segurar a onda em favelas no Rio de Janeiro, cidade em que a violência aumentou no lugar de diminuir depois da chegada das tropas federais, vai conseguir fazer isso na quinta maior extensão territorial do mundo,  pegando o verdadeiro rabo de foguete em que o golpe contra Dilma transformou o Brasil depois de 2016?

Só malucos vestidos de camisetas com fotos de torturadores, em festa de apoio à pré-candidatura de certo aspirante à presidência, colocariam suas fichas numa roubada dessa, principalmente porque o Brasil - ao contrário do que ocorria em 1964 - tem centenas de quilômetros de fronteira seca com países onde é mole comprar rifles e submetralhadoras, como o Paraguai e a Venezuela, onde está sendo instalada a segunda maior fábrica de rifles Kalashnikov  do mundo, depois da própria Rússia, por exemplo. 

Pior que um golpe - que como mostra o de 2016, todo mundo vê como começa, mas ninguém sabe como vai acabar - só um segundo golpe dentro dele. 

Já pensou no "pega pra capar"?