Imagem apenas ilustrativa. Da internet
Poema de Negodai*
O pão nosso de cada dia*
Por que somos assim?
Por que vivemos essa frieza?
Num canto da padaria a fome, o frio.
A voz! A súplica! O pedido! O olhar!
É o frio que corta a face mesmo antes do levantar.
A pela suja e fria revela o status
Num cenário que não engana a face.
A frente fria encobre
A frieza que revela o baque.
O cobertor de papelão
Não esquenta o coração
Que aos poucos só enxerga os traços...
Mas, esse amontoado, são corpos!
A injustiça que fere!
A injustiça que bate!
A injustiça que o mate!
A humanidade imunda, imune,
Inunda de culpa o conhecido culpado.
Ahhhh...
É mais fácil dá um trocado que ter que lhe olhar à face.
A súplica do frio não esconde o estrago.
Talvez um saco de pão não resolva o caso.
Ei, por favor, alivie esse fardo.
* O poeta Negodai se inspirou numa situação real que observou às 6 horas da manhã desta terça (5/6) de frio na Padaria Roma, a que fica localizada na Quadra 1 do Setor Sul do Gama. Numa das principais avenidas da cidade, a Avenida dos Pioneiros
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Em 9 de junho, Negodai Canta Cazuza no Quintal do Negodai, no Setor Sul do Gama