Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sábado, 7 de julho de 2018

Fridamania

Julho
7

Fridamania

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Em 1954, uma manifestação comunista percorreu as ruas da Cidade do México.
Frida Kahlo estava lá, de cadeira de rodas.
Foi a última vez em que foi vista viva.
Morreu, sem ruído, pouco depois.
E se passaram uns quantos anos até que a fridamania, tremendo alvoroço, a despertou.
Ressurreição ou negócio? É isso o que merecia uma artista alheia a qualquer exitismo e ao lindismo, autora impiedosa de autorretratos que a mostravam sobrancelhuda e bigoduda, crivada de agulhas e alfinetes, apunhalada por trinta e duas operações?
E se tudo isso fosse muito mais que manipulação mercantilista? Uma homenagem do tempo, que celebra uma mulher capaz de transformar sua dor em cor?
Eduardo Galeano, no livro ‘Os filhos dos dias’,
2ª edição, 2012, página 219. L&PM Editores.

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“Eu costumava pensar que era a pessoa mais estranha do mundo, mas então pensei, há muita gente no mundo, tem que existir alguém como eu, que se sinta bizarra e danificada da mesma forma que eu me sinto. Consigo imaginá-la, e imagino que ela também deve estar por aí, pensando em mim. Bom, eu espero que se você estiver por aí e ler isso, saiba que, sim, é verdade, eu estou aqui e sou tão estranha quanto você.”


(Frida Kahlo, 'Diários', 1995)