Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

24 de agosto de 1954. O suicídio de Getúlio Vargas

Sexta, 24 de agosto de 2018
(Postada originalmente em 24 de agosto de 29017)


24 DE AGOSTO DE 1954

O suicídio de Getúlio Vargas

Wladmir Coelho

A América Latina representa um território estratégico para os Estados Unidos que historicamente utiliza-se de diferentes artimanhas visando o controle econômico e político da região.

A doutrina Monroe de 1823, resumida na frase “América para os americanos”, distante de propor a defesa da liberdade dos diferentes povos do continente criou os meios para o monopólio estadunidense consolidado na base da diplomacia do canhão.

A doutrina do destino manifesto complementa o controle justificando, em bases sobrenaturais, o avanço dos interesses do capital através do massacre dos povos originários e ampliação das fronteiras do império crescente.

Mataram os índios, roubaram grande parte do território mexicano, ocuparam Cuba, o resto do Caribe e colocaram as barbaridades decorrentes desta política na conta do Supremo Criador.

Sim meus amigos; os capitalistas dos Estados Unidos declaram guerra, realizam golpes em diferentes países, roubam riquezas, acreditam, pela vontade de Deus que os abençoou  com a missão de levar o desenvolvimento ao mundo. Alguma semelhança com o ISIS? Alguma semelhança com Hitler e seu espaço vital usado como justificativa de dominação dos povos do Leste?

Diante desta crença quaisquer resistências aos interesses do império constituem um ataque a vontade não de um homem ou de uma classe e sim uma afronta aos desígnios do Pai justificando-se o uso da força e desta a morte de milhões de hereges.

A crença no destino manifesto legitima a demonização de qualquer liderança contrária aos interesses do império e desta a escolha de um puro, na terra dos pecadores, em condições de aplicar corretamente a vontade divina.

Getúlio Vargas foi um destes demônios. Um presidente patriota com a coragem de assumir a criação de uma empresa petrolífera oferecendo as condições de rompimento com o modelo econômico de base colonial.

Apresentou, ao lado da petrolífera nacional, os fundamentos de criação da Eletrobras atitudes essenciais rumo a garantia da segurança energética nacional e efetivação da soberania nacional.

Soma-se a segurança energética as iniciativas de regulamentação das relações trabalhistas proporcionando os elementos mínimos para o fortalecimento do mercado interno. Getúlio Vargas rompeu com a crença no destino manifesto. Foi demonizado pelos mesmos agentes do imperialismo ainda presentes em nosso continente.