Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Assessora fantasma do Bolsonaro continuava nesta segunda-feira (13/8) vendendo açaí no Rio de Janeiro quando deveria estar na Câmara

Terça, 14 de agosto de 2018
Do Blog Náufrago da Utopia
Por Celso Lungaretti

A Wal que deixou mal o Jair Bolsonaro no debate da Band continuava nesta 2ª feira (13) vendendo açaí no RJ, em horário no qual deveria estar cumprindo seu expediente na Câmara Federal, como funcionária do gabinete do presidenciável ultradireitista.

Um casal de repórteres da Folha de S. Paulo (provavelmente se passando por turistas) comprou de Walderice Santos da Conceição um açaí e um cupuaçu. Puxaram prosa e a ingênua Wal contou que trabalha todas as tardes naquela lojinha que leva seu nome (Wal Açaí), numa pequena localidade a 50 km de Angra dos Reis.

Segundo os repórteres, Wal tem como principal atividade o comércio de açaí e também presta serviços particulares na casa de veraneio do Bolsonaro. 

Ambos voltaram a falar com a Wal uma hora e meia depois, quando se identificaram como profissionais da imprensa. Perguntaram-lhe então se o Bolsonaro não deveria pagá-la com dinheiro próprio e a coitada disse ser esta "uma coisa que cabe a ele responder". 

Ou seja, apesar de seus tocantes esforços para livrar a cara daquele a quem se refere como "meu amigo", não soube sair da saia justa. 

Moradores da região informaram que o marido dela, Edenilson, trabalha como caseiro para o deputado.

O jornalão paulista já havia feito tal denúncia anteriormente e Bolsonaro desmentiu a acusação, inventando uma primeira desculpa esfarrapada, depois uma segunda. Mostrando ser também um simplório, não lhe ocorreu que a Folha mandaria outra equipe ao município, para comprovar a exatidão de sua notícia anterior. 

Parece nada ter esquecido nem aprendido desde que, ainda como oficial do Exército, expunha minuciosamente seus planos terroristas à Veja e até os ilustrava com desenhos de próprio punho...

Só depois de um novo arrombamento é que o candidato colocou a tranca: pouco após os repórteres terem ido embora, a Wal telefonou à sucursal da Folha em Brasília para antecipar que pediria demissão do seu cargo-fantasma na Câmara. Bolsonaro a exonerou.