Terça, 7 de agosto de 2018
Do SindSaúde
DESESPERO DE MÃES: Saúde desmonta metade dos leitos da UTI Pediátrica de Santa Maria
Falta de médicos é possível causa da medida absurda. Crianças são retiradas da UTI e levadas até para enfermarias
Servidores e mães foram surpreendidos, nesta terça-feira (7), por volta das 12h, no Pronto Atendimento Infantil do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) com o fechamento de 10 dos 21 leitos de UTI Pediátrica. A medida, segundo servidores, não foi avisada e os leitos desmontados são os terceirizados com a empresa Intensicare. Seis crianças foram removidas para outras unidades e até mesmo para enfermarias. A UTI foi transformada em unidade semi-intensiva. Sem aviso prévio aos funcionários, equipamentos de monitoramento e ventilação foram retirados dos leitos. Pacientes que estavam sob os cuidados de uma UTI, de repente viram pacientes de semi-intensiva, sem monitorização.
"O Governo do Distrito Federal simplesmente acabou com a UTI pediátrica do HRSM", disse uma servidora. Emocionada, ela relata o caos que se instaura no hospital nesta terça-feira: “As mães todas chorando, a equipe também. E nós não podemos fazer nada, só estamos vendo.” Segundo a servidora, o cenário é de filme de terror, ninguém sabe exatamente o que está acontecendo.
A usuária Gleiciane, mãe do João Davi, que está internado há 2 anos no HRSM, questiona a retirada dos monitores, aparelho fundamental para o monitoramento da frequência cardíaca dos pequenos pacientes. Segundo ela, os acompanhantes não foram comunicados sobre a retirada das crianças para enfermarias comuns. Muito abalada, Gleiciane suplica ao governador Rollemberg e ao secretário de Saúde, Humberto Fonseca, que se coloquem no lugar destas crianças que estão jogadas em cima de uma cama, sem sequer uma monitorização, algo indispensável para pacientes em condição de UTI."O Governo do Distrito Federal simplesmente acabou com a UTI pediátrica do HRSM", disse uma servidora. Emocionada, ela relata o caos que se instaura no hospital nesta terça-feira: “As mães todas chorando, a equipe também. E nós não podemos fazer nada, só estamos vendo.” Segundo a servidora, o cenário é de filme de terror, ninguém sabe exatamente o que está acontecendo.
“Não tem uma sonda para aspirar meu filho e agora tiraram o restinho de perspectiva de vida que ele tinha que era um monitor onde eu via que ele estava respirando e que o coraçãozinho dele estava batendo.”, lamenta a mãe.
"É revoltante ver o que os senhores Rollemberg e Humberto Fonseca deixam acontecer com essas crianças. Um paciente que deixa de ser monitorado pode até morrer. Quando criticamos e falamos que esse governo é de abanono, incompetência e morte, não estamos fazendo frases de efeito. Estamos falando da realidade dos pacientes todos os dias nas unidades de Saúde do DF. CHEGA DE ROLLEMBERG. CHEGA DE SOFRIMENTO PARA A POPULAÇÃO E PARA OS SERVIDORES. O POVO ESTÁ CANSADO. CHEGA DE MORTES", critica a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues.
Junto com os pacientes, equipamentos também estavam sendo retirados do hospital e levados para outras localidades. Ou seja, estes leitos ficariam vazios e inoperantes. Esta UTI é terceirizada, ela funciona dentro do HRSM, mas com parte da equipe contratada pela Intensecare, empresa responsável pela gestão de UTI no Hospital Regional de Santa Maria desde 2009. O espaço é da Secretaria de Saúde.
Procurada, a Secretaria de Saúde ainda não respondeu sobre a situação. O mesmo aconteceu com a empresa Intensecare.
Procurada, a Secretaria de Saúde ainda não respondeu sobre a situação. O mesmo aconteceu com a empresa Intensecare.