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(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Em meio a tantos retrocessos, uma notícia auspiciosa: a abominável pena de morte está em declínio no mundo

Quinta-feira, 2 de agosto de 2018
Do Blog Náufrago da Utopia
Por Celso Lungaretti

A Igreja Católica Apostólica Romana aumenta a pressão contra uma das mais chocantes modalidades de assassinato do ser humano pelo Estado: a pena capital.

"A pena de morte é inadmissível, porque atenta contra a inviolabilidade e a dignidade da pessoa", afirmou o papa Francisco, acrescentando que a Igreja se compromete com sua abolição em todo mundo. 

Assim, a legitimação das execuções de condenados está sendo excluída do catecismo, o livro que explica a doutrina da Igreja. Seu artigo 2.267 agora explica: 
"Durante muito tempo o recurso à pena de morte por parte da autoridade legítima, depois do devido processo, foi considerado uma resposta apropriada à gravidade de alguns delitos e um meio admissível, embora extremo, para tutela do bem comum.
Hoje está cada vez mais viva a consciência de que a dignidade da pessoa não se perde nem mesmo depois de ter cometido crimes muito graves. Além disso, foram implementados sistemas de detenção mais eficazes, que garantem a necessária defesa dos cidadãos, mas que, ao mesmo tempo, não tiram do réu a possibilidade de se redimir definitivamente".


Desde meados do século passado, vários pontífices têm se manifestado contra a pena capital. João Paulo II, p. ex., a qualificou de "cruel e inútil".

A maioria dos países predominantemente católicos de todo o mundo já aboliu ou suspendeu as execuções judiciais e, em várias ocasiões, o Vaticano e o papa solicitaram sua suspensão aos Estados Unidos.

Segundo a Anistia Internacional, no ano passado houve 993 execuções em 23 nações. As que mais incidiram nessa prática bestial foram, pela ordem, China, Irã, Arábia Saudita, Iraque e Paquistão. 

Os EUA, que tiraram a vida de 23 pessoas, insistem em continuar sendo o único país do continente 
americano a admitir tal abominação.

A maior campanha já movida em escala mundial contra a execução de condenados não evitou que os anarquistas italianos Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti fossem eletrocutados em 1927 nos EUA. 50 anos depois o governador do Massachusetts reconheceu oficialmente a inocência de ambos.