Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Ministério Público investiga responsabilidade em conflitos em Roraima; o MP também pediu à polícia para apurar o caso

Quarta, 22 de agosto de 2018
Por Leandro Melito - Repórter da Agência Brasil

O Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) instaurou um procedimento para apurar os fatos ocorridos no último fim de semana em Pacaraima, na fronteira com a Venezuela. No sábado (18), moradores do município expulsaram venezuelanos de barracas e abrigos e atearam fogo a seus pertences, em um princípio de revolta contra a presença deles na cidade.


Insatisfeitos  com  a  presença  de  venezuelanos  em  Pararaima,  na  fronteira  com  o país  vizinho,  no  sábado,  moradores  da  cidade  atearam  fogo  a  barracas  e pertences  dos  refugiados - Geraldo Maia/Direitos Reservados

“As investigações do MPRR tiveram início após tentativa de latrocínio ocorrida na noite de sexta-feira (17), em Pacaraima, bem como da falta de ambulância no Hospital Estadual Délio de Oliveira Tupinambá para transportar a vítima R.N.O até Boa Vista, capital, para atendimento”, diz nota divulgada hoje (22) pelo Ministério Público.

Segundo a nota, notícias divulgadas nas mídias sociais diziam que o Exército Brasileiro recusou-se a levar a vítima a Boa Vista podem ter sido o estopim para que houvesse conflito entre brasileiros e venezuelanos.
“O MPRR requisitou ainda a instauração de inquérito policial para identificar e responsabilizar os envolvidos pelas práticas criminosas ocorridas nas manifestações, independentemente da nacionalidade. A polícia também deverá informar quais as medidas adotadas para garantir a segurança não só de estrangeiros, mas de toda população local”, diz o texto.

A Promotoria de Justiça da Comarca de Pacaraima, responsável pela abertura do procedimento de apuração, também oficiou ao Conselho Tutelar do município para que envie informações sobre crianças e adolescentes em situação de risco; ao hospital local, para que esclareça as circunstâncias do atendimento à vítima, e ao Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), solicitando informações sobre a atual situação de crianças e adolescentes de pais venezuelanos.

Foram feitas ainda requisições aos órgãos competentes para que enviem dados de pessoas que sofreram algum tipo de lesão física em decorrência das manifestações.