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(Millôr Fernandes)

domingo, 19 de agosto de 2018

Saúde e Bem-Estar 33: Para não comer IV — embutido e carnes processadas

Domingo, 19 de agosto de 2018
Por
Aldemario Araujo

SAÚDE E BEM-ESTAR

50 textos (um a cada final de semana). Registros de uma caminhada em busca de saúde e bem-estar consistentes e duradouros. Veja todos os escritos em:
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Embutidos, a exemplo da salsicha, linguiça, mortadela, presunto e salame, são alimentos à base de carne desenvolvidos para facilitar a preparação e aumentar o período de utilização (prazo de validade). Podem ser usadas, entre outras, carnes: a) bovina; b) suína e c) de aves. Órgãos comestíveis (miúdos) também são utilizados. A carne é envolvida, entre outros, em: a) tripas; b) bexiga; c) membranas animais e d) materiais artificiais fabricados a partir de colágenos ou celulose. Eles são divididos em três categorias: a) crus; b) defumados e c) pré-cozidos.

Em regra, os embutidos contêm excesso de sódio (um grande problema para a pressão arterial) e diversos corantes. Os conservantes, notadamente o nitrito e o nitrato, são substâncias consideravelmente perigosas em função do potencial cancerígeno (no estômago, transformam-se em nitrosaminas). Segundo a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA), conforme estudo realizado, 24% do sal ingerido pelos brasileiros são provenientes de alimentos industrializados, principalmente os embutidos. A quantidade excessiva de aditivos presentes nos embutidos pode sobrecarregar o fígado. O órgão não consegue eliminá-los como deveria.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica em quatro classes o perigo que substâncias ou determinadas circunstâncias representam para a saúde. Na categoria “1” estão os elementos "comprovadamente cancerígenos aos humanos". O número de itens passa de cem. São mais de trezentos itens nas categorias "2A" e "2B". Esses são, respectivamente, "prováveis" e "possivelmente" cancerígenos. Os itens do grupo "3" são "não classificáveis quanto a sua carcinogenicidade a humanos". Já a categoria "4" possui apenas uma substância considerada "provavelmente não cancerígena aos humanos". Trata-se do composto orgânico caprolactam.

“Após revisão de literatura científica acumulada, um grupo de trabalho de 22 especialistas de 10 países reunidos pela IARC classificou a carne processada como ‘carcinogênico para humanos’ com base em ‘provas suficientes em humanos’ de que o consumo de carne processada provoca câncer colorretal./A carne processada refere-se a toda carne que tenha sido transformada através da salga, secagem, fermentação, defumação ou outros processos que buscam realçar seu sabor ou melhorar sua preservação. Carnes mais processadas contêm carne suína ou bovina, mas carnes processadas também podem conter outras carnes vermelhas, aves e vísceras, entre outras./A agência da OMS disse exemplos de carnes processadas incluem salsicha, presunto, linguiça, carne enlatada, carne de sol, carne seca e charque, além de molhos e outros produtos à base de carne” (https://nacoesunidas.org/onu-consumo-humano-de-carne-processada-e-carne-vermelha-aumentam-risco-de-cancer/).

Integram também o Grupo 1 (comprovadamente cancerígenos aos humanos): a) cigarro (tabaco), consumido ativa ou passivamente; b) poluição, em especial a fumaça de motores a diesel; c) álcool etanol e metil, presentes em bebidas alcoólicas e d) amianto.

Cumpre observar que a Portaria Interministerial MTE/MS/MPS n. 9, de 7 de outubro de 2014, publica a Lista Nacional de Agentes Cancerígenos para Humanos (LINACH), como referência para formulação de políticas públicas. Seguindo a trilha aberta pela OMS/IARC, a portaria classifica os agentes cancerígenos assim: a) grupo 1 - carcinogênicos para humanos; b) grupo 2A - provavelmente carcinogênicos para humanos e c) grupo 2B - possivelmente carcinogênicos para humanos.