Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)
Mostrando postagens com marcador AEPET desigualdade social. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador AEPET desigualdade social. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Liberdade ou morte!

Quinta, 9 de dezembro de 2021

Da AEPET
Escrito por José Pascoal Vazi

Há os que pensam ser impossível a convivência entre liberdade e igualdade

Bolsonaro, muito embora sem ao menos perceber a importância de seu ato, coloca em discussão o tema fundamental e secular da Nação: a vergonhosa e revoltante desigualdade social. Ao recusar-se a exigir o passaporte de vacinação contra Covid a estrangeiros, disse que preferiria morrer a perder sua liberdade. O tema já está na rua, com várias interpretações sobre o que seja liberdade. E, como uma rolha podre, esse tema não pode mais ser empurrado inteiro de volta para dentro da garrafa. Há que ser sacado e discutido até o fim. Não haverá candidato às eleições de 2022 capaz de fugir a esse tema.

Este artigo já estava pronto quando tomei conhecimento das ameaças de Bolsonaro ao Min. do STF Alexandre de Moraes. Dá nova prova de que não sabe o que é liberdade, ao criticar Moraes pela prisão de Jefferson, que aparecia armado em foto e se dizia disposto à violência. Os dois entendem que liberdade é sinônimo de esbórnia. As verdadeiras restrições à liberdade são as que aponto ao longo do artigo. Bolsonaro certamente nunca ouviu falar delas, mas as pratica constantemente.

É preciso lembrar que a dívida social, gigantesca, é a chaga mais feia e corresponde ao acúmulo da desigualdade. Zerar esta apenas manterá a dívida social no mesmo patamar. O objetivo imediato deve ser combater a desigualdade e, ao mesmo tempo, começar a resgatar a dívida social. A dívida social é crédito dos mais pobres que corresponde a um débito em igual valor dos mais ricos. Uma parte deste débito é material e está contabilizada como riqueza patrimonial que, em tese, pode ser cobrada. A outra parte do débito é intangível e se refere ao padrão de vida suntuoso usufruído pelos ricos por séculos, sem possibilidade de cobrança pelos pobres, a não ser moralmente. Este resgate moral se justifica pelo fato de que nossa desigualdade, origem de tudo, não é natural, mas forjada pela opressão dos ricos. Melhor ficaria chamá-la de iniquidade.