Quinta, 1 de abril de 2010
Do jornal O Estado de São Paulo de hoje
Wilson Lima concede aditivos e renova sem licitação contratos da era Arruda
Quatro meses após a revelação do "mensalão do DEM" no Distrito Federal, empresas citadas no inquérito conduzido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) ainda operam em Brasília. Assinam contratos sem licitação, prorrogam outros até 2011 ou recebem aditivos milionários por serviços prestados ao governo dirigido, interinamente, pelo deputado Wilson Lima (PR).
A suspeita não inibiu a permanência no governo de empresas como Link Net, Politec Tecnologia, Uni Repro, Adler Assessoria, Manchester Serviços e Juiz de Fora Serviços Gerais, entre outras citadas na investigação. Ontem, o Diário Oficial do Distrito Federal publicou, por exemplo, a prorrogação, até 2011, de um contrato entre a Secretaria de Estado de Governo e a Adler Assessoramento e Representações Ltda. Em três anos, a Adler recebeu, pelo menos, R$ 26,5 milhões do governo, dos quais R$ 9 milhões oriundos dessa secretaria.
Wilson Lima é candidato nas eleições indiretas que vão escolher dia 17 de abril o sucessor de José Roberto Arruda, preso na Polícia Federal e cassado por infidelidade partidária.
Segundo o inquérito no STJ, a Polícia Federal encontrou nas dependências da Granja de Águas Claras, residência oficial do governador do DF, dinheiro cuja série numérica é a mesma de um lote de cédulas apreendidas na Adler, que presta serviços na área de informática. Um diretor da empresa já foi convocado pela CPI da Corrupção, instalada na Câmara, para prestar depoimento.
Na segunda-feira, foi publicada a contratação, sem licitação, da Politec Tecnologia da Informação pelo Banco de Brasília (BRB), dirigido pelo governo do DF. A empresa vai receber R$ 2,1 milhões por seis meses de serviços. O grupo Politec já recebeu, ao menos, R$ 50 milhões nos últimos três anos.
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Comentário do Gama Livre: Mais uma forte razão para a intervenção federal em Brasília.