Quarta, 2 de março de 2011
Existem épocas em que os trabalhadores esquecem sua própria
história de lutas, submetendo-se a uma espécie de "amnésia social",
cujas conseqüências foram sempre graves para seus interesses. Assim, entre os
que defendiam a política oficial e os que protestavam contra ela, havia algo em
comum: a percepção de que a disputa agora é no parlamento. Nada poderia ser
mais desastroso para futuras conquistas. Sem uma forte retomada do ativismo
sindical nas fábricas, a renovação da práxis política entre os sindicalistas
não será possível. Os tempos de austeridade que novamente se anunciam parecem
reconstruir o terreno da disputa que originou o sindicalismo combativo no
passado. Mas esta é apenas uma possibilidade. (Nildo Ouriques, professor do departamento de Economia da Universidade
Federal de Santa Catarina, no artigo “A lógica do salário mínimo”,
publicado no Correio da Cidadania.)