Sábado, 24 de março de 2012
Da Revista IstoÉ
por Antonio Carlos Prado e Laura Daudén
A
revista americana “Life” publicou na semana passada fotografias que
permaneceram inéditas por 67 anos em seus arquivos. Mostram a condição
de terra arrasada em que ficaram as cidades japonesas de Hiroshima
(foto) e Nagasaki após o bombardeio atômico que sofreram dos EUA em
agosto de 1945, ao final da Segunda Guerra Mundial. A revista revelou
também a carta que à época o fotógrafo Bernard Hoffman enviou ao seu
editor, Wilson Hicks: “A vontade de querer chorar deve-se a essa nova e
terrível arma que é a bomba atômica. Nada tem a ver com a morte de
japoneses.” Voltando-se no tempo, compreende-se a frieza de Hoffman. Os
japoneses eram então para os americanos o que são hoje os terroristas do
11 de Setembro – objetos de ódio por terem traído os EUA bombardeando a
base naval de Pearl Harbor. Ao final da guerra não bastava aos EUA ser
belicamente fortes – era preciso parecer belicamente fortes. Fica claro
assim que bombardear o Japão seguiu uma estratégia militar e política.