Terça, 30 de outubro de 2012
Agência Senado
Em
discurso nesta segunda-feira (29), o senador Cristovam Buarque
(PDT-DF) voltou a criticar a assinatura de contrato entre o governo do
Distrito Federal e uma empresa de Cingapura para planejar o
desenvolvimento econômico e estratégico de Brasília para os próximos 50
anos. O senador considerou "uma coisa esdrúxula” que a proposta tenha
sido recebida e aprovada em apenas 13 dias, numa tramitação acelerada e
com documentos em inglês, já que a tradução juramentada só surgiu após a
assinatura do contrato.
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Não é o certo, não é o correto, é prova de um subdesenvolvimento, de
uma submissão, de um provincianismo vergonhosos. E o que está por trás?
Alguma coisa está – disse.
Na opinião de Cristovam,
esse contrato só pode representar duas coisas: ou é um factoide, para
se dizer que o governo está fazendo algo, já que nada fez na educação,
na saúde ou na segurança pública; ou então, está faltando dinheiro para a
conclusão do estádio para a Copa do Mundo e a saída encontrada foi
vender o mais rapidamente possível terrenos de propriedade da Terracap
para investir no estádio.
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Vai se jogar todo o dinheiro da venda de grandes lotes, de caros
terrenos, num momento ruim para se vender, pois há depressão no mercado
no país e no mundo inteiro, para jogar num estádio – protestou.
Cristovam lembrou
que o próprio governador Agnelo Queiroz, durante a campanha ao governo,
criticava a construção do estádio e a taxava de “megalomania
superfaturada”. Pois agora, o governador dá continuidade à obra de seu
antecessor por um preço muito mais elevado, para uma construção que
ficará ociosa e com enormes custos de manutenção, assinalou o senador.
Cristovam frisou
que o contrato – que recebeu depois de muita insistência por meio do
Facebook, mas sem respostas a seus questionamentos, feitos há algumas
semanas – foi assinado sem licitação com a Terracap e ao longo de 39
páginas não cita que Brasília é patrimônio histórico da humanidade.
Também não desenvolve soluções para abastecimento de água, luz,
transporte, infraestrutura, e nem sequer as sugestões precisam ser
compatíveis com as leis brasileiras. Tudo isso, observa, mostra que o
governo está radicalmente equivocado, e ainda assim insiste em não
debater o assunto.
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Lamento muito que, pelo dia do servidor público, eu tenha elogiado os
servidores e os parabenizado, mas tenha gastado toda minha fala para
criticar aquele que deveria ser o servidor número um do Distrito
Federal, e que não está à altura do que precisamos – disse.
Fonte: Agência Senado