Domingo, 4 de novembro de 2012
Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Um grupo de manifestantes lembrou hoje (4) o assassinato
do guerrilheiro Carlos Marighella há 43 anos na capital paulista. Foram
depositadas flores na Alameda Casa Branca, na região dos Jardins, zona
oeste da cidade, onde o militante foi emboscado e morto pelos agentes da
ditadura militar.
“O Marighella tinha saído para encontrar os companheiros para poder
tirar do Brasil as pessoas perseguidas e, nessa travessia, foi
assassinado”, lembrou a companheira do guerrilheiro, Clara Charf. Para
ela, prestar esta homenagem a Marighella todos os anos é uma forma de
desfazer as mentiras contadas pela ditadura, além de usar a imagem do
guerrilheiro para combater as injustiças atuais.
“Nós sempre lutamos pela liberdade, pela igualdade, pela democracia,
pela possibilidade de as pessoas seguirem ua vocação, todos terem
direito ao trabalho e ao lazer. E nos defrontamos com essa violência
bárbara, que está acontecendo não só em São Paulo, como em outros
estados do Brasil.”
Para o presidente da presidente da Comissão da Verdade da
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, deputado Adriano Diogo
(PT), a recente onda de violência que atinge o estado é uma repercussão
dos anos de autoritarismo. “Acho que a onda de violência é um resquício
da ditadura. É uma coisa bestial. Estes jovens da periferia sendo
executados”, disse Diogo.
O baiano Carlos Marighella iniciou a militância aos 18 anos, quando
se filiou ao Partido Comunista Brasileiro. Preso em 1936, durante a
ditadura de Getúlio Vargas, foi eleito deputado federal constituinte em
1946 e, no ano seguinte, teve o mandato cassado. Quase 20 anos depois,
foi preso pela Delegacia de Ordem Política e Social (Dops). Em 1968,
fundou a Ação Libertadora Nacional (ALN), grupo armado de resistência à
ditadura.