Sábado, 1 de dezembro de 2012
Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Cerca de 2 mil pessoas, de acordo com a Polícia Militar,
participaram na tarde de hoje (1º), de uma manifestação contra obras e
medidas tomadas pelo governo federal para a realização da Copa do Mundo e
da Copa das Confederações. O ato Copa para Quem? reuniu integrantes de
50 movimentos sociais de São Paulo e coincidiu com a data em que foi
feito o sorteio dos grupos da Copa das Confederações, no Anhembi,
capital paulista.
De acordo com a coordenadora do Comitê Popular da Copa em São Paulo,
Graziela Natasha Massoneto, o protesto quer mostrar que as Copas não
trazem só o futebol, mas sim muita especulação imobiliária, despejos de
famílias inteiras e uso dos recursos públicos de maneira a não
beneficiar toda a população. “Esse recurso público vai ser utilizado só
para a elite porque o povo não vai poder participar efetivamente deste
grande evento”.
Graziela ressaltou que o grupo reivindica que as famílias sejam
retiradas de maneira planejada e com destino certo. “Isso deveria ser
feito de forma pacífica e com cadastro nos movimentos sociais, com todos
sabendo para onde vão”.
Um outro ponto destacado é o que ela chama de "estado de exceção", no
qual comerciantes estarão impedidos de vender seus produtos em
estabelecimentos no entorno dos estádios. Além disso, Gabriela chamou a
atenção do fato de que espaços públicos serão fechados para as fun zones, áreas onde serão montados telões para a exibição dos jogos.
“Mas o acesso será pago. Se a pessoa não tiver o ingresso não poderá
entrar. O trabalhador comum também não conseguirá assistir aos jogos nos
estádios porque o ingresso mais barato custa mais de R$ 50,00. Um
trabalhador que ganha um salário mínimo não vai poder participar porque
ele não vai ter esse dinheiro para dispensar no futebol”.
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