Terça, 3 de dezembro
de 2013
Por Ivan de Carvalho

Mas o PSDB vem enfeitando a candidatura
do empresário e ex-prefeito de Mata de São João (cargo no qual considera-se que
teve muito bom desempenho), João Gualberto, que está fazendo um grande esforço
para ganhar visibilidade junto ao eleitorado, o que inclui numerosas excursões
ao interior do estado.
No entanto, quando se examina (de
telescópio, tal a distância que dele nos separa) o cenário definitivo das
eleições majoritárias de 2014 na Bahia, pode-se ver, ou não, o nome de João
Gualberto na chapa. Mas certamente que, se estiver nela, não será disputando a
sucessão de Jaques Wagner com Lídice da Mata, do PSB e Rui Costa, do PT.
O
PSDB, seu partido, não tem, na Bahia, musculatura suficiente para colocá-lo
fundamentadamente – sob os aspectos político e eleitoral – na cabeça de chapa
do que deverá ser o principal aglomerado partidário das oposições. Esse
aglomerado inclui, no momento – e com amplo destaque e importância – o PMDB,
cujo nome predileto para o governo é o de Geddel Vieira Lima. Está nesse
aglomerado também o PTN presidido pelo deputado João Carlos Bacelar. Outras
legendas poderão eventualmente juntar-se às citadas, visto que há um entendimento
bastante generalizado nos meios políticos baianos de que as eleições
majoritárias do ano na Bahia, para governador e vice e senador, não serão
fáceis para lado algum.
Além
do aglomerado governista e do aglomerado oposicionista já citado, haverá um outro
aglomerado de oposição, representado ou liderado pelo PSB, alinhado com a
candidatura presidencial do governador pernambucano Eduardo Campos (ou de
Marina Silva), e que tem como principais destaques a candidatura da senadora
Lídice da Mata a governadora e a da hoje ministra do STJ, a baiana Eliana
Calmon, ex-corregedora nacional de Justiça, para o Senado.
Esse
aglomerado socialista parece ter a capacidade (muitas pessoas ligadas às
chamadas “esquerdas” não apenas estão chamando a atenção para a possibilidade,
mas para movimentos discretos e iniciais da concretização do fenômeno) de
atrair segmentos de militância e de eleitores da faixa de esquerda do
aglomerado partidário governista.
Bem,
volto ao começo, isto é, ao presidente estadual do Democratas, deputado Paulo
Azi. Há algumas semanas, conversando rapidamente com ele (já relatei quase toda
essa conversa de elevador aqui), admirei-me com a ênfase com que afirmava que
“nunca foi tão grande a chance da oposição de ganhar as eleições”, ao que fazia
apenas uma ressalva: “Mas precisamos arrumar a casa”. Basicamente, esta
arrumação significava levar DEM, PMDB e PSDB a consolidarem uma aliança em
torno de nome único para candidato a governador, já no primeiro turno. Os nomes
em destaque são os do democrata Paulo Souto e do peemedebista Geddel Vieira
Lima. Isso não precisou Azi explicar, saltava da observação “mas precisamos
arrumar a casa”.
Mas
o repórter tem a obrigação de buscar mais, de espicaçar. Por que a chance é tão
grande assim? “Porque o candidato é Rui Costa”. Mas de onde vem essa certeza
toda? “Já está resolvido. O governador já resolveu. Ele está convencido que
ganha com qualquer um e então já escolheu o Rui, que ele prefere”.
Bem,
essa previsão acabou mesmo confirmada, o secretário Rui Costa é o candidato do
PT e do governo. Na época, ainda não estava consolidada a candidatura de Lídice
da Mata, pelo PSB, nem o ingresso de Eliana Calmon no mesmo barco. Mas, parece,
isso não infundirá pessimismo ao presidente do Democratas.
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Este artigo foi publicado originariamente na Tribuna da Bahia desta terça.
Ivan de Carvalho é
jornalista baiano.