Segunda, 27 de janeiro de 2013
Por Celso Lungaretti
Do blog Náufrago da Utopia
A AES, cuja concessão para distribuir energia elétrica em São Paulo há muito deveria ter sido extinta por não estar honrando os compromissos assumidos, deixou, pela enésima vez, a principal cidade da América do Sul às escuras na semana passada (vide aqui). E se isto voltar a acontecer durante a Copa, expondo-nos a ridículo mundial?
Do blog Náufrago da Utopia
A AES, cuja concessão para distribuir energia elétrica em São Paulo há muito deveria ter sido extinta por não estar honrando os compromissos assumidos, deixou, pela enésima vez, a principal cidade da América do Sul às escuras na semana passada (vide aqui). E se isto voltar a acontecer durante a Copa, expondo-nos a ridículo mundial?
Anteontem (25/01), a Polícia Militar de São Paulo novamente baleou um
civil sem justificativa aceitável, colocando-o em coma. A alegação de
que o coitado ameaçava um soldado com estilete é risível e é a de
sempre; desde a ditadura militar, a PM de SP é mundialmente conhecida
como uma corporação que maquila execuções em autodefesa, tendo inclusive
sido, por este motivo, energicamente recriminada pela ONU (que
recomendou sua extinção, conforme pode ser visto aqui).
E se manifestantes forem barbarizados durante a Copa, para os repórteres
do mundo inteiro relatarem e os fotógrafos do mundo inteiro
fotografarem?
O perigo aumenta com a cartilha repressiva lançada sorrateiramente pelo ministro da Defesa no finalzinho de 2013 (vide aqui), abrindo a possibilidade de que as Forças Armadas venham a ser acionadas para reprimir black blocs, indignados e rolezeiros.
Aí as mortes de civis serão praticamente uma certeza; faz parte da
cultura militar esmagar o inimigo, o que é catastrófico quando se lida
com cidadãos do próprio país. Deus nos acuda!
A rede virtual petista propaga incessantemente teorias da conspiração
relativas ao Mundial; parte sempre do pressuposto de que o inferno são
os outros.
Mas, o maior risco de avacalhação provém dos péssimos serviços prestados
aos brasileiros pelos governos e pelas companhias privatizadas.
E o maior risco de desastre total, da truculência dos efetivos policiais
que tentarão sufocar violentamente as manifestações de desagrado, ao
invés de administrarem o problema com um mínimo de sensatez.
De tudo que de ruim poderá acontecer, o pior vai ser se fardados
assassinarem civis, horrorizando as pessoas civilizadas de países cuja
tradição não é autoritária como a nossa.
As principais ameaças à Copa não vêm, portanto, das ruas, mas sim dos
gabinetes em que omissos se omitem e serpentes chocam seus ovos.