Segunda, 27 de janeiro de 2017
Mariana Jungmann - Repórter da Agência Brasil
A defesa do ex-ministro José
Dirceu recorreu hoje (27), no Supremo Tribunal Federal (STF), da decisão
da Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal, que suspendeu os
benefícios aos quais ele tinha direito. O recurso pode ser julgado
antes do fim do recesso do Judiciário, marcado para 3 de fevereiro, se o
presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, considerar urgente.
A VEP determinou a suspensão por 30 dias da análise do pedido de
Dirceu para trabalhar fora da prisão, no escritório de advocacia de José
Gerardo Grossi, com salário de R$ 2,1 mil por mês. A suspensão do
pedido foi determinada até que termine a investigação interna sobre
denúncias de uso de telefone celular dentro do Presídio da Papuda, no
Distrito Federal, pelo ex-ministro.
Segundo reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo,
no dia 17 de janeiro, Dirceu conversou por celular com o secretário da
Indústria, Comércio e Mineração da Bahia, James Correia. De acordo com o
texto, a conversa foi possível com a ajuda de uma pessoa que visitou
Dirceu. Na ocasião, a defesa do ex-ministro negou que a conversa tenha
ocorrido e a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal abriu
processo administrativo para investigar o caso.
Não há prazo para apreciação do recurso apresentado pela defesa de
José Dirceu ao STF. Se o recurso for acatado, ele poderá ser autorizado a
trabalhar fora da prisão durante o dia, na biblioteca do escritório de
advocacia, voltando à noite para dormir na Papuda. Ele foi convidado
para trabalhar na pesquisa de processos e jurisprudência, além de
colaborar na parte administrativa, das 8h às 18h, com uma hora de
descanso para o almoço. O ex-ministro foi condenado a 7 anos e 11 meses
de prisão na Ação Penal 470, o processo do mensalão.