Quarta, 2 de abril de 2014
              Bruno Bocchini - Repórter da Agência Brasil 
Edição: Davi Oliveira
          
O Ministério Público (MP) do 
Estado de São Paulo informou hoje (2) que poderá pedir a interdição de 
parte do futuro estádio do Corinthians, escolhido para sediar a abertura
 da Copa do Mundo, caso as exigências de segurança do Corpo de Bombeiros
 não sejam atendidas pelos construtores. Uma reunião entre o MP, 
bombeiros e responsáveis pelas obras está agendada para a próxima 
semana.
Ontem, o Corpo de Bombeiros informou que o equipamento 
não está seguro para receber público, não está adequado à legislação 
vigente sobre segurança e também não tem o auto de vistoria da 
corporação. Os bombeiros pedem a adequação de 26 itens que não estão em 
conformidade com as normas de segurança.
“A
 promotoria, em caso de descumprimento ou cumprimento parcial dessas 
exigências, não descarta a adoção de medidas visando à interdição 
parcial da arena, mesmo durante a Copa do Mundo de 2014”, de acordo com 
nota assinada pelo promotor de Justiça de Habitação e Urbanismo da 
capital, José Carlos de Freitas.
“Nessa hipótese, eventuais 
prejuízos causados aos adquirentes de ingressos, que poderão ser 
privados do direito de assistir aos respectivos jogos, deverão ser 
objeto de ações judiciais em face dos organizadores do evento e dos 
responsáveis pela construção da arena”, acrescenta.
O MP destaca,
 entre as exigências do Corpo de Bombeiros, a necessidade de 
reapresentação do projeto de proteção contra incêndio; a apresentação do
 projeto temporário do evento Copa do Mundo; o estudo de fluxo de 
pessoas (memorial de cálculo de lotação, saídas de emergência e tempo de
 percurso); a instalação de sistema de detecção de incêndio em toda a 
área; e controle de fumaça em todos os corredores de circulação.
O
 Corpo de Bombeiros recebeu a primeira proposta de regularização do 
projeto técnico do estádio em julho de 2012, na qual foram constatadas 
50 não conformidades. Em abril de 2013, a corporação recebeu o projeto 
para nova avaliação, mas 26 itens ainda não estavam em conformidade com a
 legislação. Até o momento, segundo os Bombeiros, ainda não foi entregue
 novo projeto.
As obras de construção das arquibancadas 
temporárias do estádio ficarão embargadas pelo menos até amanhã (3) às 
10h, quando será feita uma nova reunião entre a Superintendência 
Regional do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e a Fast Engenharia, 
empresa responsável pela obra.
A interdição ocorreu na 
segunda-feira (31) após da morte do operário Fábio Hamilton da Cruz, de 
23 anos, que caiu de uma altura de 8 metros, no último sábado (29). Em 
quatro meses, esse foi o segundo acidente com morte nas obras do estádio
 que receberá o jogo de abertura da Copa do Mundo. No final de novembro,
 dois operários morreram após a queda de um guindaste.