Domingo, 25 de maio de 2014
PSol se reúne amanhã para analisar se leva envolvimento de Collor à Corregedoria
Naira Trindade — Correio Braziliense
A paralisação na investigação das oito ações penais da Operação Lava-Jato, determinada na semana passada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, não impediu que outros nomes de políticos envolvidos com o doleiro Alberto Youssef viessem à tona. Oito deputados federais são suspeitos de frequentar um escritório de Youssef em São Paulo, além do senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), que é acusado de receber R$ 50 mil do doleiro. A denúncia contra o ex-presidente levará o senador Randolfe Rodrigues (PSol) a se reunir com o partido amanhã para analisar se cobra explicações dele à Corregedoria do Senado.
Além dos já
citados deputados federais André Vargas (sem partido-PR) e Luiz Argôlo
(SDD-BA) — que mantinham relacionamento com o doleiro preso há dois
meses —, reportagem da revista Veja aponta que seis congressistas
entravam e saíam com frequência de um escritório dele que funcionava na
Zona Oeste paulista. Imagens da identificação da entrada do prédio
registraram a presença dos pepistas Mário Negromonte (BA), Aline Corrêa
(SP), Arthur Lira (AL), João Pizzolati (SC), Pedro Corrêa (PE) e Nelson
Meurer (PR), além de André Vargas e Luiz Argôlo.
A maioria das visitas ocorreram em 2011. Ao Correio,
o deputado Nelson Meurer negou, primeiramente, que tenha visto o
doleiro em São Paulo. “Eu fazia visitas ao meu médico cardiologista”,
comentou. Porém, ao ser questionado sobre a imagem da identificação
trazida pela revista, Meurer disse que “pode ter ido ao escritório cinco
ou seis vezes”, mas que “não lembrava se realmente teria visitado
Youssef”, a quem alega ter conhecido em Brasília. O Correio procurou todos os deputados citados, mas eles não atenderam ou retornaram às ligações.