Quinta, 4 de
setembro de 2014
Luciano
Nascimento - Repórter da Agência Brasil
Em debate com a comunidade acadêmica da Universidade de
Brasília (UnB), a candidata à Presidência da República pelo PSOL, Luciana
Genro, lembrou hoje (4) das manifestações de junho de 2013 e defendeu a taxação
de grandes fortunas para financiar a educação.
Segundo a candidata, a taxação em 5% sobre fortunas a partir
de R$ 50 milhões possibilita que o orçamento para a educação seja dobrado. “O
Estado precisa investir na sua juventude e para investir tem que botar muito
dinheiro na educação, na universidade para formar os quadros que vão pensar e
construir o Brasil, não só no futuro, mas no presente também”, disse.
Ao criticar o atual modelo econômico, a candidata disse que
o superávit primário para o pagamento da dívida pública tem impedido o país de
investir em setores fundamentais, como educação e saúde. Para Luciana Genro, o
país deve fazer uma auditoria da dívida pública e a suspensão dos pagamentos.
Ela criticou ainda as propostas que visam dar autonomia ao Banco Central.
A candidata defendeu o casamento civil para pessoas do mesmo
sexo, a legalização do aborto e a descriminalização do uso da maconha. “Não dá
para aceitar meio direito, meia igualdade, por isso exigimos o casamento civil
igualitário em lei, quanto a lei que criminaliza a homofobia”, declarou.
Segundo a candidata, o projeto de lei de autoria do deputado
Jean Wyllys (PSOL-RJ) é uma excelente resposta para o crescimento do
narcotráfico e para a diminuição da violência policial. “Não se trata de fazer
apologia da maconha, de dizer que não traz nenhum problema, [pois ela traz]
assim como o álcool e cigarro. Mas descriminalizar é o passo necessário para
desmistificar e fazer o debate abertamente sobre os problemas.”
Ao falar sobre as manifestações de junho de 2013, Luciana
Genro disse que representaram um momento político excepcional “em que a
juventude assumiu o protagonismo da política”, mas que os resultados obtidos
ficaram aquém do que a população queria.
Entre as conquistas obtidas com os protestos, ela citou a
redução de tarifas no transporte público, a adoção do voto aberto no Congresso
para a cassação de parlamentares e análise de vetos presidenciais e a lei que
tornou a corrupção crime hediondo. “Nós precisamos avançar no sentido de que o
movimento tenha uma força mais organizada, tenha uma pauta mais organizada para
poder exigir vitórias mais contundentes”.