Segunda, 23 de fevereiro de 2015
Do http://independenciasulamericana.com.br/
CHEGOU
A HORA DE ENTRAR NA ERA DE POMPEIA, GOVERNADOR!
O titular do Plaácio
do Buriti está diante de grande impasse: ou tenta seguir agenda
neoliberal, simplesmente, impossível de ser cumprida, porque a
austeridade econômica e financeira fracassa em todo o mundo capitalista,
jogando populações contra governos, como se vê na Europa, em convulsão
política, com emergência de esquerda radical contra status quo, ou parte
para defesa enérgica de agenda política em defesa de ampla renegociação
de dívida, chamando a população para largo diálogo, na linha
socialista, à qual, politicamente, está filiado. A relação do governo
federal com a unidades federativas está esgarçada pelo endividamento
construído pelo SISTEMA DA DÍVIDA, produzido por ação não apenas
nacional mas internacional no contexto da financeirização econômica
especulativa global. O tesouro nacional, sob pressão desse SISTEMA,
fixou regras impossíveis de serem cumpridas pelos executivos estaduais e
distrital, especialmente, no ambiente do ajuste fiscal baixado pelo
ministro Joaquim Levy, que está paralisando, de forma acelerada, as
forças produtivas. Não haverá saída no âmbito da austeridade. Olha o que
está acontecendo na Grécia, na Espanha, na Itália, em Portugal, Irlanda
etc. Brasília faz parte disso, é o mesmo problema. A reação ao arrocho
fiscal neoliberal é global. A luta política internacional é contra o
arrocho dos credores em cima das finanças públicas, para sucatear as
economias emergentes, privatizando tudo e produzindo terra arrasada. A
solução que Rollemberg busca, nesse momento, premido pelas
circunstâncias, é suicida: tomar dinheiro emprestado junto a agiotas do
mercado financeiro para pagar professores, sabendo que não poderá
liquidar esse papagaio, se a economia não reagir. E não reagirá sob
discurso neoliberal levyano. É a hora do jovem governador socialista
levantar a voz para ganhar sonoridade nacional e internacional, como
ganhou Tsipras, do Syriza, na Grécia. Afinal, Brasília é o epicentro
não apenas do Brasil, mas da América do Sul. Caso contrário, morrerá na
mão dos agiotas e sua credibilidade junto à população irá para o espaço.
Herdeiro
de uma desgraça financeira – R$ 3,5 bilhões de papagaios deixados pelo
ex-governador Agnelo Queiroz, segundo as autoridades do GDF -, o
governador Rodrigo Rollemberg está em vias de empenhar receita futura de
impostos para levantar empréstimos em bancos privados para pagar
professores, credores de benefícios trabalhistas da ordem de R$ 120
milhões.
Calcula-se,
preliminarmente, que a taxa de juros, para um montante de cerca de R$
400 milhões, a serem levantados na banca privada, ficará em torno de 17%
a 20% ao ano!
Agiotagem pura, imposta pelo mercado financeiro, que, no Brasil, como se sabe, atua na base do oligopólio.
Rollemberg está caindo na armadilha feroz da dívida.
Os
banqueiros agiotas, de burra cheia, registrando lucros superiores a 20%
ao ano, em meio a uma economia com crescimento zero, financiando o
governo às taxas de juros mais altas do mundo, imporão sua canga sobre a
população do Distrito Federal, que, afinal, pagará a conta.
Rodrigo faria o que Tancredo Neves disse que jamais faria, ou seja, pagar dívida com a fome do povo?
PRESIDENTE
GREGO MERGULHOU NA ERA DE POMPEIA E GANHOU PROJEÇÃO GLOBAL.
Tsipras,
lider grego do Syriza, levantou a população grega para lutar contra a
agiotagem internacional da troika – Banco Central Europeu, União
Europeia e Fundo Monetário Internacional. Está propondo plano de
renegociação da dívida grega. Segundo ele, a austeridade fiscal, somada
às condições draconianas para o pagamento de juros e amortizações da
dívida, impedem a sobrevivência da economia nacional e joga a população
na miséria, na fome, inviabilizando retomada do desenvolvimento. A luta
de Tsipras ganha sonoridade universal, no âmbito da globalização
instantânea da informação, mexendo com as consciências socialistas na
velha Europa, berço da civilização. Não há saída pela austeridade
neoliberal. A economia não reage, o consumo vai ao chão, a arrecadação
do governo não se realiza e, consequentemente, tornam-se inviáveis novos
investimentos. A Alemanha durona tenta impor sua regra bancária em cima
de Tsipras, mas a liderança do socialista grego vai em frente,
adquirindo apoios em escala crescente, influenciando ações dos partidos
de esquerda europeus. Em novembro, os espanhóis vão às urnas. Já se dá
de barato que o PODEMOS, partido de esquerda liderado pelo jovem
socialista Pablo Iglésias, ganhará o pleito. Pesquisas preliminares já o
colocam com 30% das preferências do eleitorado. Na Itália, Matteo,
primeiro ministro, vai pelo mesmo caminho, levantando bandeira da
renegociação da dívida e da remoção da austeridade econômica e
financeira, defendida por Merkel. São lideranças na mesma faixa de idade
de Rollemberg, socialista, prisioneiro, aqui, por enquanto, de
armadilha neoliberal, lançada pelos agiotas contra o povo do Distrito
Federal. As chances do jovem governador brasiliense estão lançadas. Se
ficar acanhado, desaparece; se for altivo, terá o apoio da população.
That is the question, como diria Shakespeare.
Como, certamente, o risco do empréstimo será considerável, a conta pode ser bem maior.
Quem assegura que esse montante será arrecadado?
Ninguém.
Por isso, o juro pelo risco pode subir mais.
Afinal,
a economia, conforme analistas em geral, estará em recessão esse ano,
no compasso do ajuste fiscal tocado pelo ministro da Fazenda, Joaquim
Levy, cuja característica está sendo a de frear as forças produtivas,
quanto mais tenta diminuir a participação do Estado na economia, em nome
da formação de poupança, para o setor privado poder investir.
Essa tese neoliberal, no ambiente da crise capitalista global, não está dando certo em lugar nenhum.
Pelo contrário, a antítese a ela está sendo dada por meio de reações políticas generalizadas contra a austeridade.
Esta
se traduz em restrição do consumo interno, em redução da arrecadação e
dos investimentos em geral, razão pela qual tensões sociais se ampliam,
especialmente, nos países emergentes europeus, onde crescem os partidos
radicais de esquerda.
Brasília,
capital do País, centro político nervoso nacional, estará livre das
agitações sociais, se a arrecadação fiscal do GDF despencar no ritmo da
paralisia econômica neoliberal levyana, impedindo materialização dos
investimentos e, consequentemente, mobilizando a sociedade à reação
contra tal status quo?
Rollemberg está diante de grande desafio.
Por
que não assume o discurso do socialista Tsipras, do Siryza, na Grécia,
em defesa de ampla renegociação das dívidas dos governos estaduais e
distrital, a ser debatida num encontro nacional, em Brasília, pelo
fortalecimento do pacto federativo?
Ganharia pontos no plano nacional e distrital, mobilizando a sociedade
para novo pacto político financeiro nas relações entre governo federal e
unidades federativas, todas, financeiramente, quebradas.
Tal
situação contribuiria para fortalecer a posição da própria presidenta
Dilma Rousseff, para chamar os credores a fim de renegociar a dívida do
País, mediante auditoria da dívida, conforme prevê a Constituição.
Não
será possível conviver com um Orçamento Geral da União(OGU), de R$ 2,83
trilhões(2014), dos quais 42% são destinados ao pagamento de juros e
amortizações.
Os
governadores, certamente, não terão recursos para tocar políticas
sociais(saúde, educação, segurança, transporte, infraestrutura etc),
tornando-se incapazes de cumprir com suas promessas eleitorais.
Já, já serão vomitados pela população nas ruas.
O
socialista Rollemberg, do palco da capital da República, ganharia
sonoridade nacional, levantando a bandeira da renegociação da dívida.
Essa é
a luta internacional, que moboliza a classe trabalhadora em todo o
mundo capitalista em crise, produzida pela especulação financeira em
cima do próprio endividamento estatal em escala global.
Se não
pensar grande, vai se diluir nas discussões menores que estão
envolvendo-o, no plano financeiro, levando-o a discutir não o todo mas
parte de uma totalidade – o grande endividamento público – , que requer
tratamento político.
As lições da Grécia estão aí, mobilizando a opinião pública mundial.
Por que não se antecipar às consequências dessa crise propondo um programa político para enfrentá-la?
Brasília, epicentro da América do Sul, palco internacional, pode reverberar discurso de dimensão global.
Caso contrário, a Capital vai ferver com mobilizações que levaram Atenas a derrubar o governo neoliberal.