Quarta, 25 de
março de 2015
André Richter
- Repórter da Agência Brasil
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) pediram hoje (25) a retomada do julgamento
sobre a proibição de doações de empresas privadas para campanhas políticas. Os
representantes das entidades reuniram-se com o presidente do Supremo Tribunal
Federal (STF), Ricardo Lewandowski.
O julgamento foi interrompido em abril do ano passado, por
um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes, quando o placar estava 6 votos a
1 pelo fim de doações de empresas para candidatos e partidos políticos. Após a
reunião, Lewandowski enviou o pedido das entidades para Mendes.
Segundo o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB),
Marcos Vinícius Furtado Coêlho, o atual sistema político, com a prevalência do
poder econômico, não pode continuar.
"Entendemos que é importante para o Brasil uma
definição da matéria para que possamos todos ter, após essa definição, adoção
dos caminhos necessários ao Brasil, disse. Para ele, é preciso “construir
consensos e aprovar reforma política que melhore o sistema político",
disse.
O secretário-geral da CNBB, Leonardo Steiner, disse que as
entidades vão fazer uma vigília, hoje à noite, em frente ao Supremo. Serão
acesas 365 velas para lembrar um ano do pedido de vista do ministro Gilmar
Mendes.
"Estamos vendo a realidade nua e crua da influência do
financiamento das empresas. Estamos todo dia no noticiário e gostaríamos de ver
resolvida essa questão. Creio que Supremo poderá nos dar luz e ajudar a
sociedade.", disse Steiner.
Participaram do encontro representantes do Movimento de
Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), da União Nacional dos Estudantes (UNE),
entre outras entidades.
Na semana passada, os deputados federais Jorge Solla (PT-BA)
e Henrique Fontana (PT-RS) entraram com uma representação contra Gilmar Mendes
no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Os parlamentares alegam que Mendes deve
responder a processo administrativo pela demora na conclusão do voto.