Quarta, 24 de junho de 2015
Do ESQUERDA.NET
Propostas do governo grego não
agradaram ao FMI. Tsipras escreveu no twitter que isso nunca aconteceu
antes, nem com a Irlanda nem com Portugal. Reunião do Eurogrupo desta
quarta-feira mantém-se.
24 de Junho, 2015 - 15:04h
Tsipras
escreveu no twitter: “Essa postura estranha parece indicar que ou não
há interesse num acordo ou que há interesses especiais a serem
protegidos”
As propostas gregas alternativas ao corte de salários e pensões não agradaram ao FMI.
“Essa postura estranha parece indicar que ou não há interesse num
acordo ou que há interesses especiais a serem protegidos”, afirmou o
primeiro-ministro da Grécia ao fim da manhã na sua página no Twitter.
O FMI nunca fez segredo em apostar em mais cortes nas pensões e nos
salários em vez do aumento de impostos para as empresas e os rendimentos
mais altos proposto agora por Atenas.
Segundo o Wall Street Journal citado pelo “Jornal de Negócios”, os
credores, ou pelo menos o FMI, não querem o aumento do IRC de 26% para
29%, proposto pelo governo grego e também estão contra a introdução de
uma taxa especial de 12% sobre os lucros das empresas.
Os credores exigirão ainda mais alterações no IVA, sobretudo que mais
produtos e serviços passem para 23%, nomeadamente a restauração, e
pretendem que o desconto do IVA nas ilhas gregas acabe.
O principal da discordância continuará a ser sobre as pensões, com os
credores, em particular o FMI, a insistirem em novos cortes.
Os credores terão apresentado uma contraproposta ao governo grego, que a rejeitou.
Apesar do novo impasse nas negociações, a reunião do Eurogrupo sobre a
Grécia mantém-se para esta tarde, com início previsto para as 18 horas
de Lisboa.
Debate aceso no Syriza sobre a proposta de acordo
Se os credores não bloquearem o acordo esta semana com novas
exigências, ele terá de ir a votos no parlamento grego até dia 30 de
junho. Mas antes disso terá de passar no Comité Central e no grupo
parlamentar do Syriza. A única certeza é a de que vozes críticas não
irão faltar (ver notícia em infogrecia.net).
O ministro da Energia e Reconstrução Produtiva, Panagiotis Lafazanis,
que lidera a Plataforma de Esquerda no Syriza (a plataforma apresentou
na última reunião da direção do partido uma proposta para a rotura com
as negociações com os credores, que foi derrotada por 95 contra 75),
declarou nesta terça-feira na apresentação de um livro no sindicato dos
Jornalistas, que “com medidas de austeridade não há futuro” e que a
economia grega precisa de “uma forte injeção de liquidez” para um
programa alargado de investimento público e para financiar condições
favoráveis para o desenvolvimento da Grécia. O ministro defendeu que
outro elemento essencial seria a abolição da maior parte da dívida
grega.
“A situação grega é o elo mais fraco da Europa”, prosseguiu,
defendendo ainda que “um mercado e uma união monetária sob a tutela da
Alemanha não pode ter sucesso”, como o prova a recessão e estagnação
económica atual, ao mesmo tempo que são destruídas as conquistas
sociais. Lafazanis defendeu ainda uma mudança radical num Estado que tem
sido dominado por um poder interno dependente do estrangeiro, às vezes
até de forma colonial como nos últimos anos de troika em que as
instruções aos ministros chegavam por email.
Mais informação em infogrecia.net