Terça, 25 de agosto de 2015
Representação contra os blogueiros Fabiano Portilho e Miguel Bargas
O juiz menciona quatro matérias para embasar a acusação de que ele e sua família vem sendo caluniados
O juiz federal Sergio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato,
entrou com uma representação no Ministério Público Federal (MPF)
acusando de calúnia e difamação dois blogueiros que publicaram conteúdos
sobre a família e a trajetória profissional do magistrado...
Na peça, Moro aponta Fabiano Portilho, do “Portal I9”, e Miguel Baia
Bargas, do “Limpinho&Cheiroso” como responsáveis por alguns dos
“blogs de atuação duvidosa [em que] têm sido pontualmente veiculadas
afirmações falsas, caluniosas, difamatórias e injuriosas do ora
requerente [Moro]”.
O juiz menciona quatro matérias para embasar a acusação de que ele e
sua família vem sendo caluniados. Entre elas estão uma reportagem que
afirma que a mulher de Moro foi assessora do ex-vice-governador do
Paraná, Flávio Arns (PSDB). Outro texto diz que o proprietário de um
escritório em que Moro trabalhou como advogado – antes entrar na
magistratura – estaria ligado ao desvio do dinheiro da Prefeitura de
Maringá (PR).
Para ele, o objetivo das reportagens é “revelar inexistente vínculo”
com partidos políticos da oposição e afirmar que pessoas de seu círculo
de relacionamento “seriam criminosos”.
Moro justifica a ação dizendo que “embora tenha tolerado por algum
tempo essas notícias infamantes, a reiteração e a estratégia de baixo
calão moral de atacar sucessivamente pessoas ligadas” a ele o forçou a
recorrer ao MPF. Na representação, o juiz rebate as alegações publicadas
pelos blogueiros e usa adjetivos como “delirante” e “criminosa” para se
referir a elas.
Moro destaca que, “embora as matérias sejam falsas, não desejo qualquer
providência de censura ou interdição por ser contra, por princípio,
essa providência”.
Miguel Baia, do blog “Limpinho&Cheiroso”, escreveu sobre a
representação em sua página e disse que nunca teve intenção de difamar o
juiz. Segundo ele, seu blog apenas reproduz conteúdo de outros
veículos.
Já Portilho, que aparece como redator-chefe do “Portal I9”, não
escreveu sobre o assunto em seu site, mas usou página que leva seu nome
em uma rede social para falar sobre o assunto: “Diziam que não era um
petista fiel e que não vestia a camisa. Olha a paga”.
No texto pergunta se a presidente Dilma Rousseff ou o senador Delcídio
Amaral (PT-MS) irão pagar seus advogados e conclui: “Em Tempo: Não sou
Zé Dirceu!”
Em uma busca no site da Justiça Eleitoral do Mato Grosso do Sul,
Portilho aparece como réu em diversas ações por calúnia e difamação.
Fontes:
Gazeta do Povo com foto de Daniel Castellano