Quinta, 17 de dezembro de 2015
              Mariana Jungmann - Repórter da Agência Brasil
          
O plenário do Senado aprovou hoje (17) requerimento em que o
 senador Álvaro Dias (PSDB-PR) pede ao Tribunal de Contas da União uma 
auditoria nos decretos assinados pela presidenta Dilma Rousseff e pelo 
vice-presidente Michel Temer. Não há prazo para a auditoria.
O
 requerimento tinha sido lido na sessão de ontem (16), mas não chegou a 
ser votado. Hoje, ele foi aprovado em votação simbólica. No pedido, o 
senador requer ao TCU a verificação da compatibilidade ou não dos 
decretos não numerados editados pela Presidência da República, que abrem
 crédito suplementar ao Orçamento Fiscal da União em 2015, com as leis 
de Diretrizes Orçamentárias e de Responsabilidade Fiscal.
O autor do requerimento lembrou que o pedido de impeachment
 da presidenta Dilma Rousseff foi apresentado à Câmara dos Deputados com
 base em decretos como esses. Álvaro Dias acrescentou que, “em 2015, 
foram publicados até o momento 17 decretos não numerados abrindo 
créditos suplementares. Desses, quatro foram assinados pelo 
vice-presidente Michel Temer nos dias 26 de maio e 07 de julho do 
corrente ano.”
Presidente
 do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) negou que o objetivo do documento 
tenha sido atingir o vice-presidente. “Há uma prática na Casa de que 
todos [os requerimentos desse tipo ao TCU] são aprovados.” Segundo 
Renan, se ele tivesse citado diretamente o nome de Michel Temer ao 
chamar a votação do requerimento, “as pessoas pensariam que estaria 
personalizando o problema”.
Na mesma sessão, os senadores também 
aprovaram projetos que criam uma vara criminal em Cascavel (PR) e varas 
da Justiça Federal em Palmas e Araguaína, no Tocantins. Os senadores 
também aprovaram a criação de 118 cargos efetivos no quadro de 
funcionários do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e reajuste de 21,3% 
para servidores do próprio Senado para os próximos quatro anos. Em 2016,
 a correção salarial será de 5,5%.
Ao fim das votações, o 
presidente Renan Calheiros anunciou o encerramento do ano legislativo. 
Pela Constituição, o recesso parlamentar deveria começar somente a 
partir do dia 23 de dezembro, mas Renan explicou que o Senado iniciará 
uma reforma nos banheiros e, por isso, o ano foi encerrado alguns dias 
antes.
Havia expectativa sobre a possibilidade de convocação do Congresso durante o recesso para analisar o pedido de impeachment
 da presidenta Dilma Rousseff, mas Renan explicou mais cedo que isso só 
ocorreria se houvesse determinação do Supremo Tribunal Federal.