Terça, 29 de março de 2016
Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil
A Polícia Civil cumpriu, na manhã de hoje (29),
sete mandados de prisão e 11 de busca e apreensão, na segunda fase da
Operação Alba Branca, em São Paulo. Os alvos das ações são suspeitos de
participar de um esquema de fraudes nos contratos para fornecimento de
merenda para escolas da rede pública de ensino. Entre os presos, está o
ex-deputado estadual Leonel Júlio, que chegou a ser presidente da
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo na década de 1970.
O
filho de Leonel, Marcel Ferreira Júlio, é considerado foragido. Além de
três prisões na capital paulista, foram cumpridos mandatos em Bebedouro
e Campinas, no interior do estado.
Segundo as investigações, o
esquema, que envolvia o pagamento de propina a agentes públicos, era
liderado pela Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), que
mantinha contratos para fornecimento de alimentos com diversas
prefeituras. A empresa é acusada de fraudar a modalidade de compra
“chamada pública”, que pressupõe a aquisição de produtos de pequenos
produtores agrícolas. A empresa cadastrou cerca de mil pequenos
produtores, mas comprava de apenas 30 ou 40 deles, e adquiria também de
grandes produtores e na central de abastecimento do estado, informou o
MP.
O presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Capez
(PSDB), e o ex-chefe de gabinete da Casa Civil do governo estadual Luiz
Roberto dos Santos, conhecido como Moita, estão entre os investigados
pela Polícia Civil e pelo Ministério Público Estadual de São Paulo. Em
fevereiro, o desembargador Sérgio Rui da Fonseca, do Tribunal de Justiça
de São Paulo, decretou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Capez.